Partindo da ‘pole position’ para aquela que seria a sua 200.ª corrida na categoria rainha, 283.ª no campeonato do mundo, o mais velho dos irmãos Espargaró, com 32 anos, impôs-se ao compatriota Jorge Martin (Ducati) que foi segundo, por 0,807 segundos, e ao também espanhol Alex Rins (Suzuki), terceiro classificado, por 1,330, enquanto Miguel Oliveira foi 13.º, a 14,456 segundos do vencedor.
A última vitória da Aprilia no Mundial de velocidade em motociclismo tinha acontecido no GP de Valência de 2011, então na categoria de 125cc, pelo espanhol Maverick Viñales.
Desde a introdução das motas de MotoGP, em 2002, com motores a quatro tempos, que substituíram os motores de 500cc a dois tempos, a Aprilia nunca tinha vencido.
Há seis anos na equipa de Noale, em Itália, Aleix Espargaró tem sido um dos responsáveis pelo desenvolvimento da mota transalpina.
Os primeiros tempos foram mais difíceis, com o piloto catalão a terminar sempre nas últimas posições.
Em 2021 conquistara já o primeiro pódio com a equipa, na Grã-Bretanha, ao terminar na terceira posição.
A vitória de hoje foi suada, pois Jorge Martin saiu disparado para assaltar o comando logo na partida. No entanto, Aleix Espargaró não desarmou e manteve a perseguição.
A oito voltas do final, esboçou o primeiro ataque, no final da reta da meta, mas saiu demasiado largo e Jorge Martin manteve a liderança. Duas voltas mais tarde, novo ataque e idêntico resultado.
A ultrapassagem decisiva aconteceu a cinco voltas do final, novamente no final da reta da meta, agora metendo por dentro da trajetória, não dando possibilidade de resposta ao compatriota da Ducati.
Após cruzar a linha de meta desabou num choro compulsivo, que se estendeu até às entrevistas rápidas do pódio, adiada por um telefonema para a família e que ainda acabou interrompida por um abraço sentido ao irmão, Pol, que caiu com a sua Honda quando era terceiro e desistiu ainda numa face precoce da corrida.
“Estou muito feliz. Foi uma corrida especial, por ser a 200 na classe rainha. Fui forte no início, mas a pressão era grande. Estou muito feliz”, disse, antes de ser interrompido pelo irmão.
Após o abraço fraterno, continuou a explicar que sentiu “muita pressão”, pois “todos diziam que vencia fácil”, mas não pode vencer fácil “porque é difícil de gerir”, uma vez que “isto é tudo novo” para si, andar tão à frente.
Mas garantiu que “a equipa merece”. “É uma das equipas mais especiais do Mundial. É um sonho”, finalizou.
Já o português Miguel Oliveira, que partiu da 16.ª posição, sentiu naturais dificuldades por ter de rodar no meio do pelotão, chegou a estar em 12.º lugar, mas acabou por cruzar a meta na 13.ª posição.
Com estes resultados, Aleix Espargaró saltou para o comando do campeonato, por troca com o italiano Enea Bastianini (Ducati), que foi apenas 10.º.
Miguel Oliveira baixou três posições, de quarto para sétimo, tendo, agora, 28 pontos, depois dos três somados hoje e dos 25 na corrida anterior, que venceu, na Indonésia.
Esta terceira corrida da temporada contou com o terceiro vencedor diferente, sendo que os três pilotos que subiram ao pódio em cada uma das provas foram diferentes.
A próxima ronda disputa-se no domingo, em Austin, no Texas (EUA).
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