Para os grandes clubes europeus, o Mundial de Clubes da Fifa pode não ter muita importância, mas é assunto sério na América do Sul.

Tendo em conta principalmente o crescimento do futebol europeu como mercado concentrador dos maiores talentos e das maiores fortunas, ganhar a Champions tem um valor infinitamente maior, financeiramente e desportivamente, aos olhos dos clubes europeus. Afinal, hoje a vanguarda do futebol acontece na Europa, nas “Big-5”, onde os maiores jogadores do mundo vivem o seu auge. Mas nem sempre foi assim. 

Antes das mudanças das regras nos números de estrangeiros e do crescimento do abismo financeiro, o futebol tinha grandes escolas com diferentes estilos pelo mundo. O Brasil e o seu talento descomprometido, o Uruguai e a raça da celeste olímpica, a Argentina e o “toca y me voy” dos seus talentosos jogadores influenciavam muito mais o mundo da bola. Os seus campeonatos eram mais fortes e as finais mundiais entre os vencedores de cada continente eram grandes embates de estilos, de clubes que os adeptos não conseguiam ver regularmente.

Hoje em dia, os jogos dos grandes campeonatos europeus são vistos todos os finais de semana por todo o mundo, não há grandes diferenças táticas entre as equipas e o mundo globalizado faz com que todos conheçam ao detalhe esse Liverpool campeão europeu. A diferença entre o nível técnico do campeão europeu, normalmente cheio de jogadores sul-americanos, e os seus adversários faz com que os mundiais sejam embates entre David e Golias.

Mas este Flamengo sonha mais alto. Desde 2012, quando o Corinthians venceu um Chelsea questionável, que não se criava tanta expectativa no Brasil quanto às possibilidades de vencer o gigante rival. E não é demérito do campeão europeu, já que este Liverpool é a equipa que melhor joga hoje na Europa. É por ter uma equipa que jogou o suficiente para fazer o seu adepto sonhar em ser o maior do mundo de novo.

Para o adepto brasileiro, o mundial é a única chance de ver os seus favoritos desafiarem as estrelas que só vêem na TV. É a oportunidade de tornar aquela conversa de “Boteco” real, comparando o seu Flamengo com o Liverpool.

Tanto mais, porque ambas as equipas já se defrontaram na final de 1981 desta competição — à época chamada de Taça Intercontinental —, em que a equipa brasileira, treinada por Paulo Carpegiani e à boleia de Zico, derrotou a inglesa por 3-0.

Neste século, somente Boca Júniors, São Paulo e Corinthians conseguiram vencer as finais contra os europeus. River Plate, Internacional, Atlético-MG e Atlético Nacional nem às finais chegaram.

O Flamenguista e o fã de futebol no Brasil viram um ano fantástico do rubronegro carioca, com jogadores de nível internacional e apetite para ganhar tudo. Agora, é a hora de mostrar isso ao mundo. Começa nesta terça, contra o ex-clube de Jorge Jesus, o Al-Hilal, mas a mira está apontada ao poderoso Liverpool.

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