“Como vocês sabem, retirei-me do torneio ontem [quarta-feira] para apoiar a luta contra a injustiça racial e a continuação da violência policial. Eu estava (e estou) pronta para entregar o jogo ao meu adversário”, disse a ex-número um mundial, numa declaração enviada ao The Guardian e ao New York Times.

Contudo, a atual 10.º classificada da hierarquia mundial, de 22 anos, voltou atrás na decisão, após “extensas consultas” com a Associação de Ténis Feminino (WTA) e a Federação Americana de Ténis (USTA).

Em Flushing Meadows, Osaka vai discutir com a belga Elise Mertens, 22.º, um lugar na final do torneio norte-americano, depois dos encontros de hoje terem sido todos suspensos, como forma de protesto.

Durante a madrugada, foi anunciado um boicote desportivo histórico de protesto contra a injustiça racial, após o afro-americano Jacob Blake ter sido baleado pela polícia no domingo, em Kenosha, no Wisconsin.

Blake foi gravemente ferido e duas pessoas morreram na noite de terça-feira num eventual ataque feito por um homem branco, que foi filmado por um telemóvel a abrir fogo no meio da uma estrada com uma espingarda semiautomática.

O evento ocorreu quando centenas de pessoas expressaram a sua raiva, pela terceira noite consecutiva, depois de um vídeo ter mostrado o episódio em que Blake foi repetidamente alvejado por um polícia branco.

O agente disparou várias vezes nas costas do afro-americano, de 29 anos, quando este abria a porta de um veículo, onde estavam os seus três filhos menores, o que foi gravado por câmaras de telemóvel de testemunhas. A vítima permanece internada no Hospital Froedtert, em Milwaukee.

O incidente com Blake ocorreu dias depois de protestos muito participados associados à morte de outro afro-americano, George Floyd, sufocado por um polícia branco em Minneapolis (Minnesota) a 25 de maio.