“Foi mais difícil o Benfica conquistar a Liga dos Campeões Europeus em 1961 e 1962 ou chegar à final em 1988 e 1990, do que é hoje o Benfica ser campeão europeu. Se a geração do meu pai viu o clube ser bicampeão europeu, se uma geração posterior viu equipa a atingir a final em 1988 e 1990, porque não agora?”, questionou hoje Rui Gomes da Silva, durante um encontro com a comunicação social.

Para o ex-vice-presidente de Luís Filipe Vieira, o Benfica “não pode ser eliminado para a Liga dos Campeões por um adversário [PAOK Salonica] que possui 10 por cento do valor da equipa ‘encarnada’, não pode contentar-se por ir ganhar a Famalicão, nem pode contentar-se em lutar para ganhar a Liga Europa.”

O candidato à presidência dos ‘encarnados’ não poupa a gestão de Luís Filipe Vieira, atual presidente e também candidato: “Entrei em 2009 para os órgãos sociais e não tardei a perceber que o projeto desportivo era quanto baste. Resolvida a situação de 2000 a 2003, em que estava em causa a sobrevivência do clube e a estabilização financeira do clube, era hora de apostar forte no projeto desportivo. O que se fez? Transformou-se o clube num entreposto de jogadores, os da formação vendidos todos ao preço tabelado de 15 milhões”.

“O Benfica não é uma entidade financeira, não vive para fazer negócios ou ser cotado na bolsa, é um projeto desportivo que vive de vitórias e títulos. Nem é uma parceria estratégica com um empresário que faz com que tenha jogadores para constituir três ou quatro equipas. E quando acontece uma rutura com esse empresário, que passa a apoiar o principal rival, o FC Porto, fica com excesso de jogadores desse empresário que não sabe o que lhes fazer”, acrescentou Rui Gomes da Silva.

A sua candidatura anunciou hoje uma parceria estratégica com a ‘start-up’ portuguesa ‘PAGAQUI’ para a criação de uma aplicação que permitirá, segundo Rui Gomes da Silva, um encaixe financeiro de uma verba entre um milhão e um milhão e meio de euros no primeiro ano e de cinco milhões num prazo de três anos.

“O objetivo desta parceria é financiar as modalidades amadoras e as Casas do Benfica, que muito necessitam de apoio, para que as receitas do futebol sejam todas canalizadas para o projeto europeu, que aponta para o título máximo, a Liga dos Campeões. Não pode ser o futebol a sustentar estas atividades”, explicou Rui Gomes da Silva, que tinha a seu lado o CEO (diretor executivo) da ‘PAGAQUI’, João Barros.

Segundo este, a aplicação irá disponibilizar aos sócios, simpatizantes e membros das Casas do Benfica produtos financeiros em melhores condições do que aqueles que são colocados pela banca tradicional, que servirão, ao mesmo tempo, para financiar o clube nas modalidades amadoras, sendo que muitas delas não suportam os seus encargos.

Rui Gomes da Silva recorda que o Benfica tem 270 mil sócios, sem falar dos adeptos e simpatizantes, e pretende que esses se mantenham ativos e que os membros das Casas do Benfica, que não são sócios, o passem a ser, referindo que há algumas delas que têm apenas 10 por cento de sócios, sendo a média de 30 por cento.

Nos produtos financeiros a que os sócios do Benfica terão acesso no âmbito desta parceria estratégica, que Rui Gomes da Silva qualifica como “uma solução financeira de software inovadora”, estão linhas de crédito, fundos financeiros, contas poupança, seguros de acidentes pessoais e de vida, entre outros, que serão disponibilizados aos sócios e simpatizantes do clube de forma mais célere e menos burocrática do que acontece na banca tradicional.

“Queremos que o orçamento seja todo ele direcionado para o futebol, para a criação da tal grande equipa europeia, candidata não a ganhar a Liga Europa, mas o título máximo europeu”, reiterou Rui Gomes da Silva, que calcula uma verba de sete a oito milhões de euros que sai do orçamento do futebol para as modalidades amadoras.

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