Foi à chuva que Tottenham e Brighton abriram o tradicional Boxing Day da Premier League, que este ano até já esteve envolto em polémica. O conjunto orientado por José Mourinho apresentou duas alterações em relação à derrota sofrida frente ao Chelsea, uma por opção e outra por "obrigação": se Winks relegou Dier para o banco fruto da tradicional "rotação" das equipas que acontece neste período recheado de jogos em Inglaterra, Ryan Sessegnon substituiu Son no onze inicial devido à expulsão do coreano no jogo frente aos Blues.

Para além de alterações nos intervenientes, o Tottenham apresentou-se com uma defesa de três centrais (Sanchez, Alderweireld e Vertonghen), com Aurier e Sessegnon a fazerem os corredores. Contudo, a primeira parte trouxe um jogo bastante equilibrado, com os Spurs a não conseguirem dominar o 13.º classificado da Premier League, que conta nas suas fileiras com Ezequiel Schelotto, defesa italo-argentino que passou pelo Sporting CP.

E aos 36 minutos essa manifesta incapacidade de conseguir superiorizar-se ao conjunto do sul de Inglaterra materializou-se num golo. Na sequência de um livre marcado no lado direito, o central Adam Webster elevou-se no meio da defesa dos Spurs e cabeceou para a baliza de Gazzaniga.

Estava feito o primeiro golo do jogo, era do Brighton e não surpreendia. E o brasileiro Bernardo podia ter ampliado o resultado minutos depois, não tivesse o seu cabeceamento (também na sequência de um livre, desta vez do lado esquerdo) tivesse sido parado pelo guardião argentino do Tottenham.

O jogo foi para o intervalo, tendo o Tottenham criado perigo apenas em lances invalidados pelo VAR: um remate de Sessegnon ao poste e outro de Harry Kane que entrou mesmo na baliza. Contudo, ambos foram anulados por fora-de-jogo e o conjunto de José Mourinho foi para o intervalo em desvantagem, naquele que não deve estar a ser um dia fácil para o técnico português, que revelou numa entrevista pré-jogo que perdeu o cão no dia de Natal:

A segunda parte, contudo, começou de forma diferente para os Spurs. Ou, pelo menos, mais eficaz. Harry Kane recolheu uma bola à entrada na área (na sequência de uma jogada de insistência de Lucas Moura), recolheu e disparou cruzado de pé esquerdo, Matt Ryan defendeu à primeira, mas na recarga não foi capaz de suster o remate do avançado inglês, que assim apontou o seu 10.º golo na Premier League. Com este golo, o capitão do Tottenham tornou-se no primeiro jogador a marcar em cinco Boxing Days consecutivos.

Assim que chegou ao empate, Mourinho chamou Lo Celso e o argentino entrou pouco depois para o lugar de Sessegnon. Eriksen entraria para o lugar de Winks, mas não sem antes Gazzaniga evitar que o Brighton se adiantasse novamente no marcador, defendendo de forma apertada um livre do alemão Pascal Gross.

E foi precisamente nos pés do dinamarquês, acabado de entrar, que começou a jogada que provocou a cambalhota no marcador tão desejada pelos Spurs. Aos 72 minutos, Eriksen desmarca Aurier, o costa-marfinense amortece a bola para Dele Alli e este, dentro da área e com um remate pouco ortodoxo mas tremendamente eficaz, recolocou os comandados de José Mourinho na frente do marcador.

O Tottenham, de resto, não perde no Boxing Day desde 2003, sendo que o técnico português foi derrotado nesse dia. Talvez para ajudar a manter essa invencibilidade, o Special One lançou Eric Dier para o lugar de Lucas Moura, antevendo um eventual ataque final do Brighton à baliza dos Spurs nos últimos minutos da partida. O assalto aconteceu — ainda que as melhores oportunidades nos minutos finais tenham pertencido aos Spurs — mas o resultado não mais se alterou e o Tottenham soma mais uma vitória na Premier League, ficando, à condição, no 5.º lugar da classificação da Premier League, a três pontos do Chelsea.