Após a vitória (2-0) dos ‘leões' diante do Paços de Ferreira, Bruno de Carvalho surgiu no auditório Artur Agostinho para dar conta do seu descontentamento, face aos assobios que recebeu durante alguns períodos do encontro e ao pedido de demissão vindo das bancadas do Estádio José Alvalade.
"Vim aqui porque acho que nós temos o direito de mostrar os nossos descontentamentos. Agora, o que não é admissível é o facto de me adjetivarem. Se querem demissão, há um sítio próprio. Agora, não aceito que me chamem nomes", começou por dizer.
Contudo, Bruno de Carvalho foi mais longe nas palavras dirigidas à massa associativa: "Quem, de facto, me chamou tem que depreender que não andei na escola com eles (adeptos), nem comi no mesmo prato. Peço que vão chamar nomes à família deles”.
Perante a insistência dos jornalistas, o líder máximo do clube de Alvalade desvalorizou "os grupinhos" que pretendem a sua saída.
"As pessoas são livres de se expressarem e de serem ingratas, como é lógico. Os grupinhos são os de sempre: os da (bancada) Poente e da (bancada) Nascente. São uma organização que significa 10%", declarou.
Bruno de Carvalho voltou a abordar a sua mensagem partilhada no Facebook, depois da derrota (2-0) em Madrid, frente ao Atlético, referente à primeira mão dos quartos de final da Liga Europa, dizendo mesmo que adeptos são "de memória curta" e que o "post é normal".
"Esta ingratidão é de memória curta, faz parte da cultura do Sporting. Tenho a certeza que quem fez isto (assobiar e chamar nomes) ainda não leu o ‘post'. Vão muito cedo para as roulotes e quando lerem vão perceber. Continuo a achar que o ‘post' é perfeitamente normal e tudo isto é normal", argumentou.
Ainda sobre a mensagem que desencadeou toda esta situação, o presidente referiu que o "post só teve relevância" porque os jornalistas confrontaram o treinador Jorge Jesus com o assunto do texto na conferência de imprensa, em Madrid.
Dada a demora da intervenção do presidente, que teve direito a perguntas da comunicação social, o assessor de imprensa dos pacenses surgir no auditório para dar conta da insatisfação perante o sucedido, afirmando mesmo que a conferência do técnico João Henriques não se iria realizar, algo que depois não se veio a confirmar.
O presidente Bruno de Carvalho criticou na quinta-feira as exibições de alguns jogadores do Sporting, a seguir à derrota em casa do Atlético de Madrid (2-0), na Liga Europa.
Na sexta-feira, 19 jogadores do plantel, entre os quais Rui Patrício, William Carvalho, Fábio Coentrão, Coates, Gelson Martins e Bruno Fernandes, divulgaram um comunicado em que manifestaram "desagrado" com as críticas do presidente do clube.
Em resposta, Bruno de Carvalho partilhou um texto no Facebook, visível para os seus amigos na rede social, em suspendia os jogadores que subscreveram um comunicado e fazia saber que teriam de enfrentar a disciplina do clube.
No sábado, o treinador da equipa, Jorge Jesus, afirmou que os futebolistas não receberam qualquer nota de suspensão por parte do clube e garantiu que Bruno de Carvalho lhe deu "liberdade para convocar os jogadores" que entendesse para o jogo de domingo com o Paços de Ferreira, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, o que aconteceu, com os ‘leões’ a vencerem por 2-0.
Antes do encontro, Bruno de Carvalho voltou a colocar um ‘post' no Facebook a criticar os futebolistas, afirmando que "serão mantidos os processos disciplinares" aos jogadores, que mancharam "o bom nome do presidente e do clube".
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