“Temos que descartar se existe ou não alguma infraestrutura pública a causar algum foco de poluição” no rio, disse Anabela Freitas à Lusa, num balanço da reunião realizada na segunda-feira com o município de Ourém e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para a definição de uma estratégia de atuação que trave os episódios de poluição no Nabão.
Dessa reunião saiu a decisão de os dois municípios criarem um grupo de trabalho para a realização desse levantamento, informação que se juntará aos 12 pontos de descarga já identificados ao longo de todo o curso do rio, disse.
A autarca adiantou que serão analisadas estações de tratamento de águas residuais (ETAR), mas também a possibilidade de haver águas pluviais a drenar para os sistemas de saneamento, que, em carga, acabam por drenar para o rio, o que, a acontecer, obrigará a um investimento na separação das redes.
Da reunião saiu igualmente a decisão de, com a APA, serem identificados e verificados outros pontos, de privados, que se possam juntar aos já conhecidos.
Só depois de concluído este levantamento, as três entidades estarão em condições de delinear “estratégias de atuação”, nomeadamente a possibilidade de obras nos sistemas de saneamento que estejam a receber águas pluviais, disse.
Anabela Freitas adiantou que, quanto ao foco de poluição detetado no passado dia 01, e que originou uma queixa apresentada pelo município, os resultados de todas as análises recolhidas, tanto a pedido da Câmara como as feitas pela APA (estas em dois momentos, nos dias 02 e 05), só deverão ser conhecidos no final da semana.
Os primeiros resultados, de análises “mais simples” que precisarão ser precisadas, apontam para uma concentração elevada de coliformes fecais, desconhecendo-se ainda se de origem humana ou animal.
A autarca admite que os episódios de poluição que se acentuaram desde há um ano possam ter várias origens.
A reunião de segunda-feira surgiu na sequência da audiência com o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, no dia 08, em resposta ao pedido feito pela autarca a 2 de março, dia em que apresentou queixa às entidades fiscalizadoras “face aos focos evidentes de poluição existentes no rio Nabão”.
Comentários