“O conceito de centro de alto rendimento profissional junto à formação é o que faz mais sentido, não apenas do ponto de vista operacional e logístico, mas também quanto aos custos de construção e à rapidez da obra. Prevemos uma execução de dois anos para a nova academia. Vamos lançar a concurso a parte do financiamento quando esta direção tomar posse. O conceito será demonstrado em breve aos sócios”, vincou o ex-treinador.
André Villas-Boas explanou pela primeira vez o seu plano para a expansão do Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, desejando reunir cinco campos de futebol – com uma bancada para os jogos das equipas B, sub-19 e feminina -, um hotel e um pavilhão destinado às modalidades num terreno acima de 30.000 metros quadrados.
“Reunimos com a Gaiurb em maio do ano passado. Estamos à espera da reunião com a APA [Agência Portuguesa do Ambiente] para ver se temos a mesma leitura relativamente a uns cursos de água que há no terreno. Em princípio, não haverá problema algum, pelo que a viabilidade de construção da nossa opção em Vila Nova de Gaia é total”, apontou.
Essa expansão do Olival defendida por André Villas-Boas contrasta com a promessa da candidatura do atual presidente do FC Porto, Pinto da Costa, em edificar uma academia com quase 20 hectares no futuro Parque Metropolitano da Maia, num projeto a cargo do arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do Dragão Arena.
“Sempre dissemos que iríamos respeitar os contratos assinados na Maia. Torna-se cada vez mais evidente que, provavelmente, a Maia não passa de uma utopia e de um outro cenário, onde há um chorrilho de mentiras envolvido e está tudo por esclarecer”, atirou.
O presidente do atual terceiro colocado da I Liga garantiu que esse “grande sonho ia ser uma realidade” a partir do primeiro trimestre deste ano, mas, logo em janeiro, o autarca António Silva Tiago avisou que a hasta pública para venda dos 11 hectares da Câmara Municipal da Maia nos terrenos destinados à obra iria ser feita “nas próximas semanas”.
“A academia da Maia não tem as máquinas em movimento. Era uma promessa da lista opositora, mas não está a acontecer. Evidentemente, há desenvolvimentos em relação à apreciação dos terrenos e da sua capacidade construtiva, tal como já fizemos, mas torna-se cada vez mais evidente que esta solução em Gaia pode ser uma realidade”, reiterou.
André Villas-Boas falava do tema durante uma sessão dedicada à revisão do relatório e contas da FC Porto SAD referente ao primeiro semestre de 2023/24, dois dias depois da goleada dos ‘dragões’ na receção ao então líder Benfica (5-0), da 24.ª jornada da I Liga.
“[A performance desportiva da equipa de futebol] Nunca joga contra mim, porque somos portistas e queremos o bem do clube. Ou seja, vencer o campeonato e qualificar para os quartos de final [da Liga dos Campeões]. Estamos determinados até ao fim e, felizmente, o Sérgio Conceição tem mantido a equipa concentrada no projeto desportivo”, analisou.
O FC Porto igualou a vitória mais ampla em receções ao Benfica para o campeonato, ao repetir os 5-0 aplicados na época 2010/11, quando era orientado por André Villas-Boas.
“Vivi muito mais intensamente e de forma mais pessoal estes 5-0. Agora, essa equipa de 2010/11 era uma máquina trituradora, feita de grandes jogadores. É uma época que está marcada para sempre na memória dos portistas por muito que o presidente queira fazer esquecer”, finalizou o ex-técnico, ao reagir aos recentes comentários de Pinto da Costa, que atribuiu “mais valor e trabalho de treinador” ao êxito de domingo face ao de 2010/11.
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