O mote estava dado. O desafio lançado pelo Eurosport era de ir até Vila Real acompanhar o 47º Circuito Internacional de Carros de Turismo, que decorreu entre 24 e 25 de julho. Na viagem, que culminou com a subia de Tiago Monteiro ao pódio sob salvas entusiasmadas de fãs de WTCC, o SAPO24 sentou-se à mesa com Alexander Murdzevski, responsável pela divisão Motorsport da Polestar (Volvo), partilhou 'dois dedos de conversa' com o piloto argentino Estaban Guerrieri (Campos Racing) e regressou a Lisboa para contar que "aquilo só vivendo".
Estávamos prestes a começar a desbravar território desconhecido. 400 quilómetros depois, já mais perto da meta, seríamos presenteados com as serras de Marão e Alvão como pano de fundo. No caminho, uma questão: “será que o túnel já está aberto?". É que no domingo de 11 de junho, um incêndio de um autocarro com 20 passageiros, dentro do Túnel do Marão, entre Amarante e Vila Real, obrigou ao corte do trânsito em ambos os sentidos. Felizmente, não se registaram quaisquer vítimas. "Sim, acho que sim. Podem ir por lá que o caminho é melhor que o outro", foi a resposta que nos adiantaram. Ainda que convicção não fosse muita, acatou-se o sugerido e seguiu-se caminho.
Percorridos então os 5.665 metros por baixo de terra, dentro do Túnel que supostamente estaria concluído nos meandros de 2012 mas que só se viu inaugurado o ano passado, atravessámos os quase 3km do não menos polémico Viaduto do Corgo, que se ergue no sul da cidade de Vila Real, entre Parada de Cunhos e Folhadela. Mais um pouco e é o Colégio de Nossa Senhora da Boavista, ao nosso lado direito, que fica para trás. Parados nos semáforos, sobre a Ponte metálica que atravessa o Rio Corgo, o primeiro vislumbre da cidade transmontana que realiza corridas urbanas desde 1931.
Duas ruas erradas depois, uma muito discutida volta em torno de uma rotunda com um prédio no meio - uma “prédiunda” - e alguma papelada tratada, chegava ao fim a primeira sessão de "treinos livres" rumo a Vila Real.
WTCC - Campeonato Mundial da FIA de Carros de Turismo. O que é?
É chegada a altura de abrir o croqui caseiro sobre o evento, aproveitando a oportunidade para limar as arestas de quaisquer dúvidas de última hora. Na primeira página do dito, da autoria destes que assinam esta reportagem, abre o título: WTCC — Guia para Tótós.
Titula-se não por imodéstia, mas por reserva. É que para um estreante nestas andanças, os nomes criam - e criaram - dúvidas. Se não acredita, tome nota: durante 24 e 25 de junho, para além do WTCC (Campeonato Mundial da FIA de Carros de Turismo), existiu também a ETCC (Taça Europeia de Carros de Turismo) e provas de duas categorias do CNCC (Campeonato Nacional de Clássicos de Circuitos). Tudo ao mesmo tempo. Enquanto uns iam às boxes afinar as máquinas, outros iam para a pista competir. Este ano, a atenção esteve focada no campeonato principal, que emana o chamariz “internacional” da equação: o WTCC.
Em 2017, na competição oficial, estão 10 pistas distribuídas pelos continentes africano, asiático, europeu e sul-americano. Portugal, no Circuito Internacional de Vila Real, recebe a quinta prova do calendário.
Sob a insígnia da FIA (Federação Internacional do Automóvel), o WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo) tem no seu espólio marcas como Honda, Polestar (Volvo), Chevrolet e Citroën. Hierarquizando um pouco a estrutura da FIA, podemos alegar que o WTCC é a terceira competição daquela Federação, atrás da Fórmula 1 e do Mundial de Ralis.
Numa análise aos atores da categoria, reparamos que há uma mistura entre as estrelas emergentes e a experiência à procura da consolidação. O mais novo em competição é o húngaro Dániel Nagy, nascido em 1998, que conta apenas 19 anos. No outro extremo do pólo, está o holandês Tom Coronel, nascido em 1972, com 45.
Apoiados por motores de 1600cc e uma transmissão sequencial de seis velocidades, os World Touring Cars podem alcançar uma velocidade máxima de 265 km/h, colocando um enorme ónus na habilidade e julgamento do piloto — que em Portugal se tornou ainda mais visível com a introdução da 'Joker Lap'.
E o que é a ‘Joker Lap’? É a regra que dita que todos os pilotos são obrigados a utilizar uma parte alternativa do circuito, pelo menos uma vez, em cada corrida. O único senão é que a esta parte é… mais longa. E, por enquanto, de acordo com François Ribeiro, Diretor da Eurosport Events, será apenas implementada nos circuitos urbanos e não há prevista a sua extensão aos restantes circuitos. Em Vila Real, está localizada na última curva antes dos pilotos entrarem na reta da meta.
O calendário do WTCC inclui provas em alguns locais já conhecidos da Fórmula 1 (Mónaco, Monza, Japão, Hungria, citando apenas alguns), além da infame Nürburgring Nordschleife, na Alemanha, com a sua volta de 25 quilómetros (!) que pode assegurar algo parecido a uma paragem cardíaca — que o diga Tiago Monteiro, que saiu de lá sem qualquer ponto.
Os pilotos têm bastante tempo para treinar e conhecer as pistas através dos Treinos Livres, das Qualificações (tiveram lugar a 24) e das duas corridas (tiveram lugar a 25). As corridas são de ritmo rápido e contam com uma duração de aproximadamente 20 a 30 minutos.
No dia da competição propriamente dita, existem duas corridas: a 'Main Race' (Corrida Principal, mais longa, de 13 voltas) e a 'Opening Race' (Corrida de Abertura, mais curta, de 11 voltas). O lugar de partida para a Corrida de Abertura é decidido pelos resultados dos 10 pilotos mais rápidos na ordem inversa. Isto é, se ficou com o décimo tempo, parte em primeiro; se ficou com o melhor tempo, acontece a situação contrária. Já a grelha para a Corrida Principal segue a ordem de classificação qualificada obtida. Pelo meio, no dia que antecede a competição e se tentam arrebatar os melhores tempos, há ainda outra prova, a WTTC MAC3. Inovação da edição de 2017, trata-se de um desafio coletivo de contra-relógio que vale pontos para o Mundial de Construtores.
Em termos de pontuação, a distribuição é feita da seguinte forma: cinco pontos para o detentor da ‘pole position’ (os cinco primeiros tempos pontuam), 25 para o vencedor da Corrida de Abertura e 30 para o vencedor da corrida principal (sendo que os dez primeiros pontuam também).
Vila Real, os camiões e o acidente que arrumou com o piloto mais velho do cartaz
Estacionado o carro à frente dos Serviços Sociais da UTAD e consultado o guia, seguimos o nosso próprio calendário. Para chegar ao local combinado com a organização, o Teatro Municipal da cidade, é preciso atravessar o Parque do Corgo, nas margens do rio que lhe dá nome. A descida do Centro da Ciência é tempo aproveitado para ir escrutinando e espaço e, claro, fotografando. À primeira vista, aparenta ser o sonho para quem gosta de andar ou fazer desporto ao ar livre: trilhos, subidas, montes, cafés, máquinas para exercitar a musculatura, rio, sombra, sol, piscinas municipais, parques infantis e até um recinto para marcar uns golos ou tentar uns afundanços. Ali há de tudo um pouco. Até moinhos (e alguns recuperados). É verde. Muito verde. Ligado ao Parque Florestal, este lugar funciona como o "pulmão" do centro da cidade.
À chegada ao Teatro, que durante este dois dias se transformou no Centro de Imprensa do WTCC, as informações de um acidente já tinham sido redigidas e noticiadas há algum tempo. “Mas alguém ficou ferido? Foi onde? Acabámos de entrar e não sabemos de nada”, dissemos. “Não, não. Está tudo bem. Foi só contra a ambulância”, asseguraram. Felizmente, não houve vítimas, o bombeiro foi transportado para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro com ferimentos considerados ligeiros e apenas por uma questão de precaução.
É que por esta altura apenas decorriam os primeiros treinos livres. Ainda nem tínhamos chegado às qualificações para domingo e já corria a notícia de um primeiro infortúnio. O incidente acontece quando o piloto holandês Tom Coronel falha uma travagem ao descer para a curva da Araucária, seguindo em frente e embatendo contra uma ambulância que pertencia à corporação de Alijó, do distrito de Vila Real.
Passado o susto, e numa procura por vila-realenses, acabámos por ficar à conversa com Eduardo Santelmo, um dos nomes que encabeça o projeto Casta Dura. Quisemos saber quem eram, o que faziam e a sua ligação ao circuito. Disse-nos que tanto ele como os restantes membros têm uma paixão em comum: o Douro e o automobilismo. “Temos vários projetos, entre os quais, por exemplo, desenhámos, juntamente com outros colegas [BISARRO], o troféu que vês ali”, explica, enquanto aponta para os troféus oficiais que estão em cima da balcão das conferências de imprensa dos pilotos. Prometeu explorar o tema e sentar-se connosco mais tarde. No entanto, antes de ir, tinha ele uma pergunta: “Onde é que vão ficar durante a noite?” Na Régua, dissemos. “Há malta a ter que ficar no Porto e em Penafiel. Tiveram sorte”.
O ponteiro do relógio sinalizava as 12h30. Já devia ter começado. O trânsito condicionado e as dificuldades de estacionamento 'empurraram' as provas cerca de 40 minutos. Por isso, quando nos disseram para nos dirigirmos ao paddock — local que abriga os camiões, as equipas e veículos de apoio — porque lá encontrar-mos-íamos com alguém que nos iria conduzir até ao TV Compound da Eurosport, sabíamos que íamos apanhar a transmissão sessão a segunda sessão de Treinos Livres.
Mas até lá chegar é preciso atravessar primeiro o parque de estacionamento do Teatro Municipal, onde habitualmente estão os carros do quotidiano de todos nós e não tubarões do asfalto que invadiram Vila Real. Nos dias 24 e 25, os quatro rodas ligeiros foram substituídos por autênticas frotas de camiões, todos perfeitamente alinhados uns aos pés dos outros.
Mais alguns 'zinguezagues' e estávamos à entrada dos camiões de produção e realização. Antes de abrirmos a boca, pediram apenas silêncio e que entrássemos dois de cada vez. Assim aconteceu. Lá dentro, praticamente só se ouvia la langue française. Ainda nem estávamos acomodados e já víamos a contagem descendente sinalizada gestualmente: “1, 2, 3, 4, 5”. Tinha entrado em pista o Tiago Monteiro e nesta parte da transmissão, durante a primeira sessão de Testes Livres, era possível ouvir o português a comunicar com a equipa. Naquele departamento, 18 monitores dão conta de tudo o que se passa na pista e nas boxes. Para quem conhece este tipo de ambiente, nada de novo. Para aqueles que não conhecem, é um longa conversa entre o realizador, o seu assistente e editor. 3 minutos. “C’est finit. Thanks Tiago”, diz um deles enquanto outro quer a câmara 18. Querem continuar a acompanhar o Monteiro. Ele e o sueco da Volvo, o Björk. Só que este não está em pista. “Onde está o Björk? Quero o Björk! Já saiu?” Não estava nas boxes, não estava na pista. Então, toca a voltar as atenções para o português. “Monteiro, Monteiro” — ou melhor, Montêrot.
Finda a visita aos bastidores da realização televisiva, virámos atenções para as boxes. Na da Honda, engenheiros, técnicos e restante equipa trabalhavam no carro. Um debaixo vê o chassis, outro o motor e há quem se concentre na traseira. Sinal do português? Nada, nem vê-lo. Foi quando demos pelo departamento dos pneus. Havia deles com duas unhas de pneu gasto. Carrequinhas de todo. A suar bastante, de olhos esbugalhados, alguém colocava as mantas de aquecimento para haver certezas que dentro do circuito não houve patinagem, para garantir que tudo corre, literalmente, sobre rodas.
Aqui, há bandeiras de Portugal um pouco por todo o lado. Lembra-se do Euro 2004? Pois bem, o espírito foi semelhante.
Sempre colados ao gradeamento, avistam-se novas barraquinhas. O calor aperta e o corpo pede refresco. Há quem, destemido, beba a sua fresquinha ao pé das grades, quase em cima da recta da meta. Isto, claro, ao sabor dos reteres dos carros que ali treinavam. Era a vez do treino do ETCC, onde correm os portugueses José Mota e José Rodrigues. Mas se os pilotos lutam pelo melhor tempo na pista, do outro lado da grade luta-se por um lugar à sombra. Aqui, apanhar um bocado de sombra livre é um pouco como encontrar água no deserto: complicado e digno de miragens, sobretudo quando o melhor 'spot' é aquele que conjuga a sombra com a vista, já que ninguém quer perder pitada do que acontece em pista.
E as qualificações começam dentro de momentos, mas há ainda tempo para uma conversa com o sueco que tem como missão deslindar um plano para roubar pontos a Tiago Monteiro.
Alexander Murdzevski, o sueco de Gotemburgo que deve o nome ao avô macedónio e que é responsável pela divisão Motorsport da Polestar (Volvo). "You can call me, Alex" [Podes chamar-me Alex]
"Quando queremos ser campeões do mundo, temos de ter boas prestações em todas as pistas. No ano passado, na nossa primeira temporada no WTCC [após 4 anos de ausência], tivemos um pouco de dificuldade, especialmente em Portugal. Ainda assim, acabámos no Top 5. Como se trata de um circuito urbano, idealmente será melhor ter um carro mais rebaixado e estreito. Tipo um Honda, como o Tiago está a conduzir este fim de semana [ri-se]. Mas, considerando todos os factores, penso que atingimos um resultado positivo. E se olharmos para a pista em si, vemos que é uma pista muito rápida, apesar de ser um circuito urbano. Adicionalmente, os nossos carros têm mais de 20 kg de lastro comparativamente com os Hondas.
O peso e a energia dos portugueses também é capaz de pesar um bocadinho, comentamos em tom de provocação. "O evento em si e todas as pessoas que aqui vêm transmitem uma energia positiva a todas as equipas e pilotos. Acho que isso vai contribuir para que todos em pista se excedam. Em teoria, é uma pista difícil para nós. Com o peso, é complicado. Mas temos que tentar ganhar independentemente disso. Apesar de sabermos que não vai ser fácil", admite o estrategista.
E a Joker Lap? Questionamos. "Faz parte do espetáculo e como vai ser igual para todos é algo justo. E penso que vai adicionar alguma curiosidade extra a quem está a seguir a corrida. E, como é algo novo, quer dizer que há mais jornalistas a escrever sobre o assunto. O que é bom para o próprio WTCC e isso é algo que me deixa sempre feliz. E se isso quer dizer que temos de fazer uma Joker Lap em todos os circuitos, então que seja.
Mas há céticos, aqueles que dizem que o WTCC é diferente do Mundial de Ralicross, notamos. "Estamos na indústria do entretenimento. E se a audiência seguir com entusiasmo, penso que só vem acrescentar valor. Engenheiros e pilotos vão pensar nela como algo mais desportivo, mais comercial, mas no final do dia, como disse anteriormente, estamos na indústria do entretenimento. Tal como se opta por ir para a praia ou ver um jogo de futebol, uma pessoa pode ir ver uma corrida. Portanto temos que nos adaptar. Porque normalmente, o mais rápido, acaba sempre por ganhar o campeonato. Mas há duas opções: ou temos um fim de semana previsível ou não temos. Reparem na F1 este ano. A Mercedes está com uma percentagem menor de vitórias, está com menos pontos, o que está a resultar num pequeno aumento de interesse [por parte das pessoas] na prova. No geral, não é uma má ideia. Convém que a experimentá-la primeiro, pelo menos. Mas por mais previsões que nós façamos, temos de correr primeiro para saber como executar o plano quando for a sério". Esta decisão partiu do próprio piloto e do chefe da Volvo."
Plano e receios? "O meu maior receio é que um carro bata e que não dê para o recuperar. Como disse, é uma pista muito rápida, com curvas difíceis, que antecedem partes de grande velocidade, fazendo com que haja sempre o risco de bater nas laterais. Pensando no campeonato, nos pontos, é natural que optemos por uma abordagem mais conservadora."
É engraçado, em Marraquexe [Marrocos], estivemos tranquilos e correu bem. Depois fomos para Monza [Itália] e Hungaroring [Hungria], tudo pistas rápidas, e de repente estávamos à frente da Honda. E não há nenhum circuito que possamos dizer que é perfeito para nós e muito mau para os competidores diretos. O controlo do peso do lastro [quem fizer melhor tempo terá obrigatoriamente o carro mais pesado na próxima corrida do WTCC] está realmente a criar um equilíbrio nas performances das equipas. No ano passado, podíamos ver o 'Pechito' [José María López, piloto argentino que ganhou nos últimos três anos, mas que se transferiu para a Fórmula E, onde corre o português António Félix da Costa] com 500 kg no carro e a ganhar tudo. Este ano isso não acontece", nota.
Ainda sobre a ‘Joker Lap’. Há estratégia pré-definida? Quais são os planos? "Não há uma táctica à priori para a ‘Joker Lap’. É imprevisível. Só se fores à frente do competidor direto, pois como vais à sua frente podes optar por ir mais devagar para o empatares, obrigando a que perca tempo. Mas só vais ter sucesso caso tenhas a sorte dele seguir imediatamente atrás de ti — e isso não podes controlar. É muito difícil fazer um plano ou criar uma estratégia antes do início da corrida. Até porque podes começar a corrida atrás de alguém muito lento. Por outro lado, se estás a liderar a corrida e na frente, vais querer guardar essa vantagem o máximo de tempo que conseguires, pois estás a prolongar a tua vantagem.
E depois de Vila Real, o que se segue? "A próxima corrida é na Argentina e como temos o Nester [Girolami] na equipa, vamos ter vários planos desenhados em torno dele. A seguir, viajamos até à China, no autódromo de Ningbo, que é do grupo [Zhejiang] Geely e que detém também a Volvo [em 2010, a construtora automóvel chinesa pagou cerca de 1,49 mil milhões de euros ao grupo Ford pela marca sueca]. Depois disso, vamos até ao Japão, onde está um dos nossos patrocinadores. Penso que vamos ter bastante apoio nessas provas. Temos confiança. Só que, por outro lado, há uma enorme expectativa sobre nós. Para que ganhemos… Por isso, a pressão está do nosso lado", assume.
Ásia, Macau... Um quebra-cabeças para as equipas, mas um delírio para os fãs. "Macau é uma roleta-russa. Sempre. Todas as vezes. Tudo pode acontecer. Penso que precisamos de correr bem em Portugal. Argentina, é a próxima, onde contamos também com uma boa corrida e onde pretendemos afastar-nos dos nossos competidores diretos. Não queremos colocar-nos numa posição onde temos que tomar muitos riscos em Macau", diz Murdzevski.
Porquê? Insistimos."Porque é uma pista impiedosa. Porque é como se costuma dizer: a diferença entre sair bem sucedido ou sair completamente malogrado são dois metros de um ponto de ruptura — num segundo estamos bem, noutro mal. Tudo pode acontecer. Portanto, não nos queremos colocar numa posição onde tenhamos que correr riscos muitos grandes."
De regresso a Vila Real, quais são as primeiras impressões porque a terra e sobre os portugueses? "Neste tipo de eventos, como estás sempre a viajar de um país para outro, é normal seres mandado parar pelas autoridades. É praticamente uma formalidade. É o que estamos à espera. Em Portugal, quando nos deparámos com a polícia, dissemos que éramos da Volvo e que vínhamos para o Circuito. Notou-se logo a diferença no trato. Foram afáveis, pegaram em nós e indicaram-nos o caminho e vieram connosco. Portanto, até agora, da minha própria experiência, só posso dizer que são muito amigáveis e que sinto que a cidade está muito feliz de nos ter aqui. As pessoas, em geral, demonstram um elevado grau de simpatia. Nós só sentimos o 'amor' [apesar de rivais da Honda]. Talvez se ficarmos à frente do Tiago, as coisas mudam [risos]. Mas tem sido igual ao ano passado. Uma atmosfera realmente muito boa, para além de uma demonstração de um enorme interesse por carros e por corridas. Porque, sabem, quando viajas por diferentes países, vamos [por exemplo] ao Qatar, ninguém quer saber. Os próprios motoristas não sabem onde fica o autódromo. E, aqui, é o oposto. As pessoas seguem os pilotos. Seguem o Tiago e nós ficamos contentes quando as pessoas gostam daquilo que fazemos. Estou muito contente por aqui estar. Para além disso, a nível de organização… É complicadíssimo fazer um evento deste dentro de uma cidade. E o trabalho que fazem aqui, nesse aspecto, é excelente", reconhece.
Terminada a conversa, é tempo de corrida. As qualificações estavam a arrancar. Eram 16h35 e não haviam muitas pessoas nas bancadas. Por outro lado, aumenta a olhos vistos o número de pessoas junto às grades da rotunda da M. Coutinho. A travessia promete desafio. “Dá licença que passe?” Com certeza.
“E o Tiago? Mas onde é que anda o Tiago? E o filho da terra? Por onde anda?”, perguntava um senhor no alto dos seus sessenta anos de idade. Ao lado, a luta continuava. Não tanto pela sombra, mas sim pelo melhor lugar para tirar fotografias. “Não consigo tirar fotos. Passam demasiado rápido. Apanho sempre só a traseira.” O que não deixa não deixa de ser curioso, pois feita uma revisão aos vídeos, parece que estão em velocidade cruzeiro. Ainda que passem a mais de 160 K/hm.
No entanto, ainda que perguntassem por ele, o piloto português não foi feliz durante a terceira corrida de treinos cronometrados, acabando por não confirmar o domínio que vinha exercendo durante a qualificação. Uma valente guinada na saída de uma curva fez com que o Tiago Monteiro perdesse segundos preciosos, levando a que não fosse além do quarto tempo (1.59,940 minutos), atrás do seu companheiro de equipa Norbert Michelisz (1.55,846), que bateu o recorde do circuito de Vila Real, que era precisamente… Do piloto português (1.55,633), conseguido durante a qualificação em 2016.
Na qualificação mais curta, a ‘pole’ foi para o japonês Ryo Michigami (Honda Civic), depois do sexto lugar conquistado no final da segunda ronda de qualificação.
Só que o dono do outro Civic, aquele que pilota o carro 18#, iria ter mais uma vez pouca sorte. Desta feita, no desafio coletivo de contra-relógio, o MAC 3, a rodar num ritmo lento, devido a problemas num amortecedor, trouxe consequências para o conjunto nipónico.
Na conferência de imprensa aos jornalistas, Tiago Monteiro parecia um pouco abalado pelo resultado, apesar de feliz pelo resultado alcançado pelo colega de equipa. Ao SAPO24, garantiu que não ia entrar em “maluqueiras” e colocar em jogo o campeonato.
Dia D: de Domingo e de Pódio a dobrar
No sábado, notícias de eventual precipitação para o dia seguinte assombraram os plano das equipas e dos pilotos. Havia 30 a 40% de possibilidade de chover. Alguns diziam-se preparados para a eventualidade. Em visita à boxe da Volvo (onde não era permitido tirar fotografias ou gravar porque podíamos passar segredos à concorrência), foi-nos dito que a equipa não tinha feito um plano de acordo com essa possibilidade. E que as 13 pessoas que trabalham com cada carro (a equipa tem 3), tinham afinado os carros de Bjork, Nestor e Catsburg com uma estratégia diferente.
Apesar da ameaça, o dia de domingo despertou abafado e sob alguma neblina. Só por volta das 11h00 ou 12h00 é que esboçou um sorriso solarengo. Para o SAPO24, o dia arrancou com uma conversa com o argentino Esteban Guerreri, que par Não havia muito tempo, pois Guerreri participava na competição virtual da WTCC – o eSports WTCC Championship 2017.
É certo e sabido que o mundo virtual tenta cruzar-se com o real, e, pelo que vimos, Guerreri parece ter um futuro risonho no simulado, caso queira fazer uma pausa do mundo de carne e osso. Uma coisa ficou patente: seu espírito competitivo. Nem a brincar queria deixar de pontuar. A conduzir de meias e bem compenetrado no ecrã que tinha em frente, não deixou de expressar a sua frustração quando viu o carro a ter que ir às boxes.
“Qual é a velocidade máxima no PitStop?! Porque é que isto não anda?”, questiona algo irritado. “É velocidade automática. Não podes fazer nada. Tens de esperar que saia”, dizem-lhe. “Mas isso não tem jeito nenhum”, responde. Mas no mundo virtual era mesmo assim. E perdeu dois lugares com a ida, obrigatória às boxes.
Entre o mundo virtual e o real, a agenda de Guerrieri não pára. Dez minutos, uma conversa:
Em traços gerais, como está a correr o fim de semana em Vila Real? "Está a correr bem. Gosto muito de Portugal e a cidade é muito bonita."
Mas já conhecias? Não é tua vez primeira no país. "Não, não. Conheci o Estoril."
Mas este é um circuito urbano. É diferente. Atrai-te? "Sim, pessoalmente gosto. Gosto da sensação de ir a toda a velocidade, mas na chegada a uma curva tens de estar atento a tudo. É uma pista muito boa, mas como é um circuito urbano, tem sempre a sua particularidade. Vamos do oito ao oitenta. É muito técnica, onde a experiência conta sempre. Mas é preciso ter também uma estratégia e cuidado. Estás sempre expectativa que alguém te possa mandar um toque ou choques contra uma lateral. Também tens menos referências que num circuito tradicional, pelo que é necessário um maior esforço visual."
E como esperas lidar com isso como? "Primeiro é preciso conhecer os limites do carro para depois lidar com eles. E depois tens de ver o progresso que vais tendo na corrida a cada volta, para saber quais é que são as precauções necessárias que tens de tomar. E, até agora, temos registado uma boa progressão."
Joker Lap? "Não é a primeira vez. Este ano na Argentina, já o fiz. Acho que é um passo necessário neste tipo de corridas. É algo que o público pretende. A evolução é natural e acontece no ser humano, como acontece também no desporto. Neste então, evoluiu tanto que as diferenças agora são mínimas. Ultrapassar está mais complicado. Então numa pista como a de Vila Real é dificílimo. Por isso considero que é uma adição positiva. E agora é vermos como isso se aplica na pista. Pensar na estratégia e obter os melhores resultados.
E fim. Não há tempo para mais. Ficou curtinha, mas foi o tempo que nos deram. Acompanhamos o piloto até perto do paddock na Avenida de Grasse, entrando no Teatro Municipal, para sair no pódio. Os próximos vinte minutos foram para tirar fotografias com o seu compatriota Néstor Girolami (Polestar/Volvo).
Há duas semanas terá sido esta a vida de Tiago Monteiro. Agora, como a próxima prova é na Argentina, em julho, cabe a outros publicitarem a corrida e a marca que representam. Porque como explicou o português em Vila Real, para o piloto do WTCC, não estão apenas “as obrigações com os media e com as ações de promoção”. Existem mais tarefas para executar para além de estar na pista. Há fãs que querem estar com os seus ídolos. Há patrocinadores que querem a atenção devida. Isto tudo, alicerçado às evidentes exigências inerentes do próprio desporto automóvel.
Esteban e Néstor tiram fotografias sentados, em posse de luta — quase como se tivessem a promover um combate de boxe — e depois abraçados. Sempre com a bandeira alviceleste. Uma, duas, três, quatro poses diferentes. É-lhes pedido inclusive que simulem que estão a rasgá-la; a captar tudo, cada gesto e cada sorriso manipulado. A lente do fotografo oficial que não pára. Os flash’s também não. Irremediavelmente não parecem somente pilotos. Nestes momentos, parecem também atores. Mas quem anda neste mundo, e a este nível, sabe que isto faz parte. “Só mais uma, só mais uma: agora com cara de vitória”, pedem-lhes. Guerrieri parece confortável como modelo, já Girolami dá ideia de que não está minimamente confortável com tudo isto.
Por volta das 14h30, a corrida foi outra: a caça ao autógrafo. À porta da centro comercial, na Alameda de Grasse, a multidão começou a aglomerar-se. Se uns comentavam o atraso dos pilotos, outros elogiavam o painel "que está bem bonito", fazendo referência às meninas que estavam à espera dos protagonistas do fim de semana, cada uma delas com um guarda-chuva na mão com as cores das bandeiras de cada dos corredores.
Os pilotos estavam lá todos, mas a multidão queria era abraçar o Tiago. Tirar uma fotografia com o Tiago. Dar um beijoca ao Tiago. E que, aliás, tinha sido dos primeiros a chegar. Ainda que fosse expectável, é definitivamente o principal alvo dos fãs de automobilismo que estavam em Vila Real. Mas o afecto distribuído é mutuo. O português acarinha todos aqueles que estão ali por ele. Só que agora estava próximo da Corrida de Abertura. Toda a promoção, toda a paixão e dedicação, todos os testes e planos que envolveram a ‘Joker Lap’ iriam agora ser colocados à prova.
Os prédios parecem ser os melhores lugares para se ver tudo, têm visão privilegiada. São os lugares verdadeiramente VIP’s. Especialmente na Avenida da Europa, perto da Rotunda da M. Coutinho. Isto, aliás, como é assinalado pela faixa colocada num dos prédios: “Bancada Muito VIP (10 Anos)”. Desta bancada central para a 'joker lap' vinha a música para todos os gostos.
“Rock this Way”, de Aerosmith com Run DMC, ecoava num momento; The Unforgettable Fire, dos U2, também foi repescado com ‘Pride (In the Name of Love)’; ‘Garagem da Vizinha’, de Quim Barreiros, era daquelas apropriadas e que não faltou também. E, se por esta altura se interroga sobre ‘aquela’ balada ideal para ‘veranear’ em 2017… Sim, houve uma mão cheia de Despacitos.
A fazer concorrência a este espaço, estava o terraço das instalações da própria M. Coutinho, de onde é possível ver uma extensa zona da pista, desde a descida da Av. Europa, à passagem na rotunda, assim como toda a reta da meta e a chicane.
Comparativamente com o dia anterior, veem-se mais pessoas a deambular de um lado para o outro. Há mais gente nos cafés, nas ruas ou mesmo ao pé das grades. É possível ver toalhas no chão, para os piqueniques, cadeiras de praia também. O público é dos 8 ao 80. E não é uma forma de expressão. É como as coisas são.
No sábado havia movimentação, mas no domingo houve frenesim. E do bom. Do galvanizante. Daqueles que fazem relembrar o orgulho de uma nação que ainda lambe as feridas pelas 64 vítimas de Pedrógão Grande. E que este fim de semana também não foram esquecidos na parada de carros clássicos com uma faixa negra num dos carros dos bombeiros.
E depois há o chamado que se pode traduzir em bom português por um valente: neste aparato, vale tudo. Nas varandas dos prédios há quem não perca a oportunidade para fazer publicidade aos mais variados itens: sapatos, cabeleireiros, unhas, ginásios e imobiliárias. Nem reconhecidas cadeiras de hipermercado faltam nestas varandas. Notou-se também um grande envolvimento da UTAD. Mas agora iria parar tudo. As corridas estavam prestes a começar. E vamos até à grelha.
Antes da Corrida de Abertura acontece um espetáculo dentro do próprio espetáculo, ainda que o espetáculo em si não tenha começado. Faz sentido? Não parece, mas é a verdade. O palco principal era o asfalto dos 4,6 km que compõem a pista. Dezasseis curvas à direita, doze à esquerda. Só que foram os amantes do automobilismo, os que estavam atrás da bomba de gasolina, na Av. da Europa, os guerreiros da tarja do “Paulo Alcatifa”, que cantaram, estimularam e entusiasmam os outros que lá estavam. Uns de braços abertos, outros de tronco nu. Certo é que começaram a cantar o hino nacional sem pedir licença e contagiariam a ‘A Portuguesa’ aos milhares que estavam nas bancadas e todos aqueles ao pé da grelha. E se foi algo que teve ou não influência na decisão dos Deuses do Pódio, não sabemos. Mas certo é que o Tiago Monteiro, que partiu do oitavo lugar, aproveitou a troca de mimos nos lugares dianteiros e no arranque galgou três posições, manteve um ritmo forte; na passagem pela ‘Joker Lap’, em estreia no WTCC, conquistou mais algumas posições, até terminar na segunda posição. E sem loucuras. Já Manuel Fernandes (Lada Vesta), o outro português em prova, terminou a primeira corrida no 12º lugar. Nada mau para quem se estava a estrear na categoria.
Foi o primeiro pódio. O anfiteatro cumpriu, o público aplaudiu e fez-se novamente a festa.
Desta vez, o primeiro lugar coube ao marroquino Mehdi Bennani (Citroën C-Elysée). Nas boxes, estava visivelmente entusiasmado com o resultado. Saltou, festejou e até fez questão de pousar para a fotografia em cima do carro. “É claro que estou contente por ter alcançado este grande resultado no circuito do país do Tiago. Foi corrida muito delicada. E a única mensagem que tinha do meu engenheiro era para puxar até ao limite. Não é das melhores mensagens para receberes por rádio quando estás num circuito muito difícil, mas fi-lo [para criar a minha liderança] sem tocar nas barras de protecção. E depois fiz a ‘Joker Lap’ e correu tudo bem. Continuei a liderar. Hoje estou muito, muito contente”.
E nós portugueses também. E o Tiago idem. Mas ainda faltavam mais 25 minutos de alta intensidade. O que não estávamos à espera era de encontrar o Sr. Francis Obikwelu por lá. Estranhamos, mas depois ficámos a saber que este assume funções de preparador físico do Tiago Monteiro. Escapou à selfie. Havia a missão de guardar um lugar na Bancada A1, na reta da meta. Ali havia vista privilegiada para a chicane e para a ‘Joker Lap’.
Foram treze voltas dignas de relato. Ao fim de 24 horas, já falávamos com o jargão do circuito. Já queríamos assumir uma costela ‘vila-realense’ que falava das curvas da Araucária, Cipreste ou do Boque como se de verdadeiros especialistas da pista nos tratassemos. Não éramos. Nunca lá tínhamos estado. Mas ao levantar, gritar e espernear cada vez que, quer fosse o Monteiro quer fosse o Manuel Fernandes, natural de Vila Real, passavam por nós, no nosso interior, era a sensação que ficava. Si fueris Romae, Romano vivito more. Em Roma, sê romano. Aqui, não custa nada. Até porque foram basicamente 26 golos que se festejaram. E mais ainda quando chegámos pela segunda vez ao palco. Porque apesar de não ter sido o nosso a vencer, como sucedeu o ano passado, foi o colega de equipa. E não faltou desportivismo porque parte de quem assistia e estava no Teatro Municipal à espera do herói português. Gritou-se o nome do Norbert Michelisz e fez-se igualmente a festa com o piloto.
“Depois de ontem me ter qualificado, eu sabia que tinha carro para ganhar a Corrida Principal. O meu começo na Corrida de Arranque não foi famoso, portanto eu sabia que tinha de melhorar. E finalmente consegui um bom começo! Vi o Rob [Huff] a meu lado, vi que ficou pardo e depois simplesmente houve um caos que me permitiu fugir. A partir da segunda volta, apercebi-me que tudo passava por não cometer erros. E escolher o ‘timing’ para fazer a ‘Joker Lap’ não foi fácil. Porque a primeira mensagem que recebi do engenheiro da equipa foi para que a fizesse cedo. Discordei. Contudo, conseguimos encontrar uma solução que me permitiu continuar na frente. Em suma, estou muito contente, porque isto é uma enorme fonte de confiança para o resto da temporada. Especialmente a ‘pole-position’ de ontem. Estou ansioso pela prova na Argentina, mas agora quero desfrutar desta corrida”, disse o piloto holandês da Honda.
Tiago Monteiro voltou a subir ao pódio, desta vez com um terceiro lugar, atrás do sueco Thed Bjork (Volvo S60), e do seu colega de equipa, Norbert Michelisz.
O holandês, que tinha a ‘pole position’, liderou da primeira à última das 13 voltas da corrida no circuito urbano de Vila Real, terminando com 0,480 segundos de vantagem sobre Thed Bjork, com Tiago Monteiro a fechar o pódio a 1,720 segundos do sueco e a 2,2 segundos do vencedor.
Só que agora o anfiteatro exterior estava realmente cheio. À pinha. O uníssono que berrava “Tiaaaago! Tiaaaaago!” devia fazer-se ouvir num raio considerável. Até o piloto de 40 aos chegar. Aí, sim. A casa veio abaixo. Lutou-se pela pátria e marchou-se contra os canhões enquanto ecoava o “Ohhhhhh Portugaaaaaal! Ohhhhh Portugaaaaaaal!”
“Dois pódios numa pista que é difícil ultrapassar não seria possível sem a ‘Joker Lap’. Foi um sucesso positivo e dou os parabéns aos organizadores, à Eurosports Events e ao Fraçois Ribeiro. Eles montaram isto num curto espaço de tempo e não foi fácil. Mas, o resultado final, acabou por compensar e poderá ser muito interessante no futuro”, disse.
Com o duplo pódio, Tiago Monteiro, que tinha assumido a liderança após a primeira corrida, com sete pontos de vantagem para Nicky Catsburg (Volvo S60), cimentou a liderança que é agora de 10 pontos.
Manuel Fernandes (Lada Vesta), o outro português em prova, depois de um 12.º lugar na primeira corrida, terminou a ‘main race’ no 15.º lugar.
O WTCC regressa na Argentina, no Autódromo Termas Autódromo Termas de Río Hondo entre 14 e 16 julho, para a sexta etapa do calendário.
Lá muito acima, abrimos a reportagem com uma citação de um amigo, experiente nestas andanças, que agora recuperamos.
"Não sei se estás bem preparado para o que vais. Eles lá vivem aquilo, não é como aqui. Procura na 'net' os vídeos do Tiago quando ganhou a prova o ano passado. Depois, vais perceber o que quero dizer. Porque aquilo só vivendo".
Ele bem tinha avisado.
Comentários