“A noite foi só os serviços mínimos, não houve mais nada para além disso”, disse à Lusa Mário Matos, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE/CRSA) e também trabalhador na empresa.
A greve, para exigir aumentos salariais, iniciou-se às 00:00 de terça-feira, mas os turnos que começaram antes das 00:00 anteciparam a paralisação, que termina às 08:00 de quarta-feira.
De acordo com Mário Matos, houve “paragem na instalação a 100%”, bem como na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU), enquanto outras unidades estão “a meio gás”.
Segundo o sindicalista, a ETVO da Amadora (Estação de Transferência de Valorização Orgânico) “teve só os serviços mínimos”.
“Nas outras três unidades – Aterro do Cadaval e Centros de Triagem, a adesão não está tão forte como na Central e na da Amadora”, disse Mário Matos.
De acordo com a Valorsul, a adesão à greve até às 10:00 de hoje “é de 13%”, sublinhando que os valores vão ser apurados até ao final do dia, nas várias instalações, dado que há vários trabalhadores em regime de turnos.
Na véspera da greve, o sindicalista indicou que os motivos do descontentamento dos trabalhadores prendem-se “com os aumentos salariais, em que as propostas feitas pela empresa não repõem o poder de compra dos trabalhadores e levam a uma grande perda, tendo em conta a inflação e a carestia de vida” que o país atravessa.
“Desde 2015, já tivemos aumentos do salário mínimo (SMN) superiores ao equivalente de 200 euros e nesse tempo todo na empresa tivemos um aumento dos salários que rondou entre os 50 e 60 euros nas tabelas salariais. Tem-se vindo a perder poder de compra, desde logo relativamente àquilo que era o SMN, mas agora já também, inclusivamente, com o aumento da inflação”, acrescentou.
Os trabalhadores fazem também greve devido à retirada de propostas anteriormente feitas pela empresa, relacionadas com o alargamento do número de dias de férias.
“Hoje têm 25 dias de férias e a empresa antes tinha respondido a uma proposta nossa, que era a majoração das mesmas, tendo em conta a antiguidade dos trabalhadores na empresa. Isto viria a acrescer dois dias de férias, consoante os anos que as pessoas tinham na empresa. Mas a empresa retirou essa proposta”, afirmou.
A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.
(Notícia atualizada às 13h10)
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