Diogo ainda estava em período experimental. Joana também, e antes disso esteve a recibos verdes, mas com isenção de contribuições para a segurança social. Teresa, em situação semelhante, admite ter de trabalhar sem declarar para subsistir nesta fase. Ou seja, nenhum deles descontou o suficiente para ter acesso a subsídio de desemprego. E todos foram apanhados na curva desta pandemia.

São três relatos — entre muitos outros e que não cobrem todas as situações análogas — de pessoas que não estavam abrangidas pelos apoios tradicionais e pelos apoios excecionais aprovados pelo governo para responder a uma crise sanitária que rapidamente se transformou numa crise económica.

Só hoje, dois meses depois do primeiro caso confirmado de covid-19, é que o Executivo procurou emendar a mão e alargou as medidas que visam os recibos verdes, os sócio-gerentes e trabalhadores sem descontos. Costa disse ontem que não queria deixar ninguém para trás e esta foi a resposta que se encontrou.

Entretanto, no mesmo Conselho de Ministros que aprovou estas novas medidas, foi decidido que este ano não haverá festivais de música e eventos similares até 30 de setembro. E se já está a questionar o que acontece a quem tinha bilhete, aqui vai: "prevê-se a emissão de um vale de igual valor ao preço do bilhete de ingresso pago, garantindo-se os direitos dos consumidores”.

Os promotores receberam a notícia sem surpresa. Mas do ponto de vista económico a questão está longe de se esgotar aí.

"O impacto vai ser devastador" em áreas como a restauração, empresas de audiovisuais ou o turismo local notou Álvaro Covões, organizador do festival NOS Alive e vice-presidente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE).

Agora, a expectativa é de que "o Governo também pense um pouco em nós em termos financeiros e crie algumas medidas de apoio", disse Diogo Marques, da organização do festival EDP Vilar de Mouros.

"Vamos tentar sobreviver", reagiu José Barreiro, diretor da Pic-Nic, que organiza o NOS Primavera Sound. “No fundo estamos impossibilitados de trabalhar e temos uma estrutura que já não é propriamente pequena. No Primavera Sound do Porto trabalham “cerca de duas mil pessoas, segurança incluída”.

“Quero destacar, acima de tudo, essas pessoas. As formiguinhas sem nome, como eu costumo chamar, que estão a passar uma situação muito delicada neste momento”, salientou.

Hoje o dia foi a pensar nelas, nestas "formiguinhas sem nome".

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