Como o CaixaBank já detinha 45,5% do BPI, com esta oferta conseguiu adquirir mais 39%, uma vez que houve uma fatia de 15,49% do capital que não foi adquirido em oferta, segundo os resultados oficiais da operação, que foram hoje divulgados numa sessão especial de bolsa, na Euronext Lisbon.

Isto significa que o grau de aceitação da oferta (após a dedução de ações próprias) foi de 71,59%.

O CaixaBank já era o maior acionista do BPI, com 45,50%, pelo que o grupo espanhol só precisava de mais 5% de capital social para passar a controlar a instituição liderada por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich.

Para já, é certo que o grupo Violas Ferreira Financial, o maior acionista português do banco, vendeu a quase totalidade dos 2,7% que detinha por cerca de 44 milhões de euros.

A ‘holding' angolana Santoro, de Isabel dos Santos, até agora segunda maior acionista do banco, com 18,5%, também terá optado por vender, segundo adiantou a imprensa.

O encaixe terá sido de 306,9 milhões de euros, o que significa um ganho superior a 50 milhões de euros face ao valor investido.

Tendo em conta que o Banco BIC também é controlado pela empresária angolana, este deve também ter acompanhado a decisão da Santoro e vendido os 2,28% que detinha no BPI.

Falta agora saber o que fez a seguradora Allianz com a sua posição de 8,4%, com os jornais especializados a apontarem para a provável manutenção de uma posição, de forma a continuar a parceria com o BPI na distribuição de produtos de seguros.

Quanto aos milhares de pequenos acionistas, o presidente da associação de pequenos investidores ATM, Octávio Viana, indicou à Lusa que a "esmagadora maioria" dos pequenos acionistas com que contactou alienaram os seus títulos.

A OPA do CaixaBank sobre a totalidade do capital social do BPI arrancou em 17 de janeiro e terminou esta terça-feira, tendo o banco espanhol oferecido 1,134 euros por cada ação do banco português, o que avalia a instituição em cerca de 1.600 milhões de euros.