A informação foi prestada após a visita de quatro dias que o chefe do Governo realizou àquela ilha, até sábado, referindo-se Ulisses Correia e Silva à extração de pozolana no Porto Novo, que remonta ao período colonial, mas que está paralisada há mais de sete anos.
Em 2005 foi ali instalada a empresa Cabocem, de investidores italianos, para produzir cimento pozolânico, mas que acabaria por encerrar em junho de 2013, apesar de as autoridades locais estimarem que existem naquela aérea jazidas à volta de dez milhões de toneladas de pozolana.
“Vamos assinar contrato com a Cimpor para a exploração das pozolanas e criação de mais de 100 empregos diretos e vários indiretos”, anunciou Ulisses Correia e Silva.
A Lusa noticiou em maio de 2022 que a Cimpor apresentou ao Governo cabo-verdiano um plano de investimentos de 5.500 milhões de escudos (48 milhões de euros) para “reforçar a parceria estratégica” que desenvolve no arquipélago há 18 anos.
Em comunicado enviado na altura à agência Lusa, a Cimpor antecipava já que este plano de investimentos inclui uma proposta para a obtenção da concessão da exploração de pozolanas na ilha de Santo Antão, mas também a gestão e concessão portuária bem como a produção de energia renovável.
Para a cimenteira portuguesa, “trata-se de um investimento crucial para o desenvolvimento da sua atividade”, bem como “para o crescimento da economia local”.
Citado no comunicado de então, o diretor-executivo da Cimpor Portugal e Cabo Verde, Luís Fernandes, referia que a atribuição da licença de concessão para a exploração de pozolanas na ilha de Santo Antão é um investimento “vital para a estratégia de crescimento” cimenteira portuguesa no arquipélago.
“A Cimpor está a desenvolver em todas geografias em que opera uma política de redução acelerada de emissões de CO2 associadas ao cimento. O recurso à incorporação de pozolanas, entre outras matérias-primas, na produção de cimento é uma das medidas fundamentais para a obtenção dos objetivos pretendidos”, afirmou.
De acordo com o administrador da Cimpor em Cabo Verde, João Brito e Cunha, estes investimentos surgem na sequência “do reforço da aposta” da empresa no país, “nomeadamente em novas áreas da economia cabo-verdiana”.
“Também demonstrámos interesse em diversificar investimentos, quer na gestão e na concessão portuária, quer na produção de energia renovável”, afirmou o administrador.
Presente em Cabo Verde desde 2005, a Cimpor afirma ser líder no mercado de cimento, de cimentos cola e de aço, e assume a produção de betão e agregados como uma prioridade, tendo investido mais de seis milhões de euros na instalação de duas novas centrais de britagem e duas novas centrais de betão nas ilhas de Santiago e do Sal.
A Cimpor é detida atualmente por um dos principais grupos económicos da Turquia (Oyak) e já depois dessa aquisição, o presidente da Oyak Cimento, Suat Çalbiyik, reuniu-se, em fevereiro de 2020, na Praia, com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia da Silva, tendo transmitido o interesse da empresa em diversificar os seus investimentos e negócios em Cabo Verde.
Nessa altura, o Governo cabo-verdiano anunciou o interesse do fundo turco Oyak em investir em Cabo Verde, na extração de pozolana, rochas de origem vulcânica utilizadas na indústria cimenteira.
“Abordamos o interesse na exploração da pozolana de Santo Antão e outras áreas de negócios”, referia uma nota divulgada na altura pelo gabinete de Ulisses Correia e Silva.
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