Na apresentação do “Boletim Económico” de outubro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, Mário Centeno defendeu que o ponto-chave que ditará ou não o sucesso do ajustamento da economia é o mercado de trabalho.
“Temos de ter essa temperança. Se não mostrarmos temperança nesse momento vamos soçobrar. É a minha interpretação sobre as dinâmicas [no mercado de trabalho] que devemos respeitar”, disse.
O responsável do supervisor bancário sublinhou ser “muito importante compreender o que se está a passar no mercado de trabalho”.
“A questão que se coloca é se o mercado de trabalho continuará a funcionar como um dique para conter tensões que se vão criando ou será a primeira peça do dominó a cair”, disse, considerando que “quer as empresa, quer os trabalhadores, quer as decisões de política monetária e orçamental devem entender a importância desse fenómeno, respeitá-lo e garantir que esse dique não se rompa”, aponta.
O governador do BdP defendeu que deve encontrar-se um espaço que permita que emprego possa manter-se, “remunerando as qualificações dos portugueses, como devem ser remuneradas e validadas”, o que considera que “está a acontecer, mas é um processo muito longo”.
“Portugal infelizmente está a chegar a estas transformações [do mercado de trabalho] demasiado tarde. Se quisermos chegar demasiado tarde e demasiado depressa podemos não conseguir. Esse é o maior dos problemas com que poderemos ser confrontados”, sublinhou.
Comentários