Já se sabe, o mundo, como o conhecíamos, mudou. Estamos todos em casa, ou quase todos, e, por isso, a forma como trabalhamos e consumimos não é a mesma. No nosso vocabulário passaram a constar palavras e expressões como isolamento profilático, picos e planaltos, máscara de uso comunitário, vírus, etc. Com esta alteração nos comportamentos de consumo e na forma se trabalha, vieram, também palavras como palavras lay-off, crise, défice.

Esta doença sem precedentes parece estar a trazer-nos uma, também sem precedentes, crise e são muitos aqueles que já terão ficado sem trabalho(s) e parecem ser poucos aqueles que ainda estão a recrutar.

Segundo a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, as inscrições de desempregados nos centros de emprego subiram, em média, mais de 50% por dia, entre 01 e 13 de abril face a março, enquanto que as ofertas de emprego recebidas pelo IEFP caíram quase 70%. Simultaneamente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que, até ao final do ano, a taxa de desemprego cresça até os 13,9%, devido à pandemia de covid-19. Mais do dobro dos 6,5% com que terminou 2019.

Ainda assim, há oportunidades e o trabalho remoto e freelancing pode ser uma das alternativas para quem procura novos desafios.

O trabalho remoto é um regime que não implica a presença física num escritório e que pode ser feito de qualquer lugar, ou seja, e como o nome indica, trata-se de uma atividade que pode ser realizada à distância.

Freelancing é um termo em inglês que se refere a um trabalhador independente que presta serviços por determinados períodos de tempo. Regra geral, em Portugal, este tipo de trabalhadores cobra pelos seus serviços através dos chamados “recibos verdes”.

Europa e Portugal

Fundada em Portugal, a Landing Jobs é uma plataforma de recrutamento para o setor das tecnologias de informação. Com sede em Lisboa, Porto, Barcelona e Londres, a startup dedica-se ao recrutamento em toda a Europa, incluindo posições remotas.

Para quem procura outras áreas, podemos também consultar a Remote in Europe a Remote Europe

Estados Unidos

São várias as empresas americanas que aceitam candidaturas internacionais para trabalho remoto, desde que, claro, o Inglês seja uma das competências. Para encontrar essas vagas, em cada site deve ser aplicado um filtro para posições remotas e outro filtro para posições que não sejam “US only” (só Estados Unidos), que apenas aceitam candidaturas de residentes no país. Alguns desses sites são:

Há, ainda, sites dirigidos a nichos muito específicos. Por exemplo, escritores podem encontrar oportunidades no site Contena ou o Freelance Writing, enquanto designers são procurados no 99designs.pt. O Translators Cafe é um site dedicado a tradutores.

No regime de freelancing, podem ainda encontrar-se ofertas internacionais nos sites dedicados a esse regime, tais como o Upwork ou o Freelancer.

Zero Gravity

De acordo com a Startup Portugal, o ecossistema português tem beneficiado de condições estruturais que tornam Portugal atrativo para empreendedores e investidores de todo o mundo, condições essas que representam uma oportunidade para trabalhadores em situação remota. O país tem uma das melhores ligações de internet por fibra ótica do mundo, mão-de-obra qualificada, níveis elevados de Inglês e um custo de vida mais baixo. Todas estas razões fazem com que o ecossistema português seja uma opção muito competitiva e podem, se não negligenciadas, representar uma oportunidade para profissionais, empreendedores e startups nacionais a operar a partir de Portugal.

Assim, com o propósito de compilar os dados de profissionais baseados em Portugal e com o intuito de os promover junto de recrutadores em ecossistemas de todo o mundo, a Startup Portugal criou a plataforma Zero Gravity, um projeto criado pela comunidade de empreendedores e empresas tecnológicas portuguesas com vista a promover os profissionais a operar no país e com capacidade de trabalho remoto num contexto internacional.

A plataforma é gratuita, tanto para profissionais como para recrutadores que ali anunciem as suas ofertas e conta, para já, com diferentes parceiros, tais como Startup Braga, AICEP, Le Wagon, Landing.Jobs, Remote e Moviinn.

Já a decorrer, a iniciativa está, neste momento, a recolher dados por via do seu site e encontra-se também à procura de parceiros estratégicos que facilitem o processo de matchmaking (correspondência entre ofertas e perfis profissionais) ou de promoção da mão-de-obra qualificada baseada em Portugal.

Tudo sobre o que é o trabalho remoto

Para quem este conceito é novidade, são várias as entidades que partilham artigos, workshops ou webinars com truques e dicas para abraçar este modo de vida. Lígia Gomes, que trabalha de forma remota e que foi, durante 4 anos, Operations Manager da Remote Year em Portugal, criou a plaforma Work From Neptune. Neste site, Lígia compilou uma série de informação útil, que vai desde onde se podem encontrar vagas, aos cursos a tirar, também de forma remota, para alavancar competências necessárias, sem esquecer os melhores artigos sobre produtividade, horários e entre outras informações.