Segundo o documento, no cenário moderado, a quebra do PIB em 2020 será de 7,5%, seguida de uma recuperação de 5,0% em 2021 e um crescimento subsequente de 3,0% em 2022.
No cenário adverso, a quebra do PIB será de 8,5% este ano, seguida de uma recuperação mais baixa, de 1,5%, em 2021, e de um crescimento subsequente de 3,5% em 2022.
Já a taxa de desemprego, no cenário moderado, evoluirá de 7,0% em 2020 para 8,5% em 2021, baixando para 7,5% em 2022.
No cenário adverso, o desemprego português será de 7,5% este ano, piora para 10,0% em 2021 e baixa para 9,0% em 2022, segundo as estimativas da DBRS Morningstar.
No documento, que aborda o quarto trimestre a nível global, é indicado que o crescimento nos últimos três meses do ano poderá estar subjugado “e poderá resultar num declínio renovado” numa análise por trimestres “em alguns países”.
Apesar do desenvolvimento de vacinas para a covid-19 e retoma do controlo da transmissão da doença, a DBRS ainda observa “riscos de que a transmissão do vírus será difícil de conter nos próximos meses, com efeitos adversos na atividade bem dentro do primeiro trimestre de 2021″.
“Globalmente, esperamos uma recuperação mais significativa na procura para serviços pessoais – particularmente a indústria de viagens e da hospitalidade – a começar no terceiro trimestre de 2021, mas continuamos a esperar que uma recuperação completa demore pelo menos outros 4-6 trimestres”, pode ler-se a nota.
Segundo a DBRS, além de quebras pouco acentuadas na Noruega e Irlanda, “a quebra económica nos outros nórdicos, Austrália, Japão e Estados Unidos também foi relativamente modesta”.
“No outro extremo, a Espanha e o Reino Unido vão provavelmente terminar o ano com declínios de dois dígitos no produto”, com a DBRS a assinalar que “a ‘performance espanhola’ foi particularmente surpreendente, passando de uma das economias com melhor prestação na Europa no período precedente à pandemia para o pior”, com a França e a Itália a esperarem também fortes quebras.
Segundo a DBRS, as piores prestações dos países europeus (Espanha, Reino Unido, França e Itália) estão associadas aos países “que tiveram a pior experiência com o vírus e (como resultado) impuseram algumas das restrições mais duras à atividade”.
Além de questões estruturais como a percentagem de emprego associada ao turismo, a DBRS assinala que as diferenças entre os países podem também estar associadas “à prioridade da atividade económica em alguns países, mesmo à custa da maior transmissão do vírus e um maior grau de tolerância à saturação nos hospitais”.
“Apesar do apoio orçamental ter claramente tido um papel na prevenção de um declínio maior nos gastos de consumo e a manter as empresas viáveis, países com maiores aumentos no défice não tiveram necessariamente melhores prestações até agora”, assinala a agência canadiana.
“As recuperações serão, ainda assim, provavelmente mais robustas em casos onde o apoio orçamental dos governos é aumentado em 2021″, pode ler-se no documento.
A agência alerta, no entanto, que “a profundidade da quebra pode, em alguns casos, refletir a aceleração de mudanças estruturais, e algumas economias podem ter dificuldades para se ajustar e aumentar oportunidades de emprego para trabalhadores deslocados”, resultando em “algum risco de danos permanentes para a produtividade e para a utilização da força de trabalho” em algumas economias.
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