“Lamentamos esta situação. Poderá atrasar as coisas [negociação do Orçamento do Estado], tudo vai depender do entendimento do próximo secretário de Estado, que pode ser diferente e poderá obrigar ao recomeço e regresso à mesa das negociações”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha.
Em declarações hoje à Lusa, Paulo Ralha destacou o trabalho de Rocha Andrade que junto dos trabalhadores, quer do ponto de vista fiscal, tendo “pegado em matérias difíceis como o combate à grande evasão fiscal”.
Os secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria anunciaram no domingo que pediram a sua exoneração de funções ao primeiro-ministro e solicitaram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016.
“Para os trabalhadores ele [Rocha Andrade] era um interlocutor bastante válido. Estávamos a chegar a algum consenso em matérias importantes que diziam respeito aos trabalhadores, nomeadamente ao nível da negociação de carreiras e, desse ponto de vista, o processo também fica pendente de quem será o próximo secretário de Estado”, disse.
No entender de Paulo Ralha, a negociação ao nível das carreiras estava “a correr bem e a ir de encontro às expectativas dos trabalhadores”.
“Por isso, só podemos lamentar que tenha apresentado a sua demissão. Do ponto de vista da ligação com os trabalhadores foi muito bom. Do ponto de vista fiscal, parece-nos que fez um bom trabalho, que ousou pegar em matérias difíceis, nomeadamente no que diz respeito ao combate à grande evasão fiscal”, disse.
De acordo com o responsável, Rocha Andrade começou a dar passos muito importantes no que diz respeito ao combate à evasão fiscal.
“É necessário que se continue este trabalho, porque o secretário de Estado [Rocha Andrade] fez um bom trabalho”, concluiu.
O primeiro-ministro, António Costa, aceitou no domingo os pedidos de exoneração dos secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, e da Indústria, João Vasconcelos, "apesar de não ter sido deduzida pelo Ministério Público qualquer acusação".
A decisão foi justificada com a intenção de não prejudicar o Governo.
(Notícia atualizada 08h59)
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