Citado num comunicado sobre a apresentação de contas da edição do ano passado da Festa dos Tabuleiros, o presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS), adianta que o investimento do município foi de 1.098.000,85 euros.
De acordo com a nota, os custos totalizaram cerca de “1,3 milhões de euros (1.314.039,89 euros), com proveitos no valor de 215.954,48 euros”.
Assim, o investimento na Festa dos Tabuleiros, suportado pelo orçamento municipal, foi de 1,1 milhões de euros (1.098.085,41 euros).
“Destes [1,1 milhões de euros], muito mais de metade foram gastos na economia local”, na preparação da iniciativa e ao longo do evento, que decorreu entre 01 e 10 de julho de 2023, lê-se na nota.
Ainda segundo o autarca, “a utilização dos mecanismos de contabilidade analítica tem vindo a permitir identificar mais facilmente os custos específicos de cada setor e atividade, o que se reflete depois numa atribuição muito mais fidedigna dos gastos, como é o caso, por exemplo, das despesas com pessoal”.
Por outro lado, salienta Hugo Cristóvão, “houve um aumento significativo dos preços entre 2019 e 2023, que se refletiu nas contas finais”.
A maior fatia do investimento municipal - 602.710,66 euros - engloba os 270 mil euros que a autarquia atribuiu inicialmente à Comissão Central, assim como 125 mil euros que o município destinou a componentes de promoção, som, luz e programação cultural.
Além disso, o município transferiu uma verba de 207.710,66 euros para a comissão, mas que, segundo Hugo Cristóvão, não “é uma despesa da autarquia”, correspondendo ao valor recebido da componente de espaços de venda ambulante e que a Câmara transferiu para a Comissão da Festa.
A iluminação pública, eletricidade, publicidade, informática, segurança, limpeza e outros, representou uma despesa de 400.215,66 euros.
Na nota, Hugo Cristóvão recorda que a Festa dos Tabuleiros acontece “apenas de quatro em quatro anos” e, apesar de admitir que “seria possível fazer uma festa mais barata”, o autarca defende que, caso isso acontecesse, a iniciativa não teria as mesmas características.
“Tem um peso no orçamento municipal, mas é o investimento que a festa e que a comunidade, no nosso entendimento, merece”, acrescenta.
Da parte da Comissão da Festa, o ‘mordomo’ Mário Formiga reporta um total de custos de cerca de 890 mil euros, com proveitos que somaram quase 910 mil euros, resultando num resultado positivo de cerca de 19.200 euros.
Também citado na nota, Mário Formiga refere que, “segundo análise da PSP, terá havido cerca de 700 mil visitantes em Tomar no total dos dois fins de semana dos Tabuleiros”.
Tal número, acrescenta, “permite extrapolar um número global de cerca de um milhão de pessoas na cidade ao longo dos 10 dias”.
Com origem pagã, simbolizando a época das colheitas, a Festa dos Tabuleiros adquiriu caráter religioso na Idade Média, com a Rainha Santa Isabel, sendo os tabuleiros da festa de Tomar únicos com esta forma nas tradicionais festas do Espírito Santo que se realizam um pouco por todo o país.
Dada a sua complexidade, a festa realiza-se de quatro em quatro anos, tendo havido apenas uma edição em que o povo decidiu adiar a sua realização por um ano, por coincidir com a Expo 98, evento no qual participou com um cortejo a convite do então Presidente da República, Jorge Sampaio.
A decisão de realizar a Festa dos Tabuleiros é sempre tomada pela população, numa sessão convocada pela Câmara Municipal para o efeito, no ano anterior à sua realização.
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