Jeremy Corbyn falava aos jornalistas após um encontro com o secretário-geral do Partido Socialista (PS) português, António Costa, igualmente primeiro-ministro português, à margem do Conselho do Partido Socialista Europeu (PES), que começou sexta-feira e terminou hoje ao fim da manhã, em Lisboa.
“Não comento a candidatura de , mas espero que os partidos socialistas ganhem as eleições em todo o lado”, sublinhou o líder do ‘Labour’ que, questionado pelos jornalistas, reiterou que os trabalhistas “não estão empenhados” na realização de um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
“Não tomamos qualquer decisão em relação a um segundo referendo. Sempre dissemos que respeitamos os resultados do referendo e que negociamos as questões das relações com a Europa na base de uma relação comercial totalmente livre e a importação, para o Reino Unido, dos regulamentos e legislação europeus. Não estamos empenhados num segundo referendo”, insistiu.
Sobre o encontro com António Costa, o líder trabalhista britânico salientou que a presença em Lisboa significa que, apesar de o Reino Unido ter tomado a decisão de sair da UE, o ‘Labour’ “não deixa a Europa nem os amigos europeus”.
Elogiando a ação governativa de António Costa ao longo de dois anos à frente do executivo português – “é uma política de sucesso no combate à austeridade com o apoio de outros partidos da esquerda parlamentar” -, Corbyn disse ter explicado ao líder socialista português o que fará se, no futuro, chegar ao governo no Reino Unido.
“Se formos governo, iremos legislar imediatamente para garantir a residência a todos os cidadãos nacionais da UE que vivem e trabalham no Reino Unido, bem como para garantir a reunião de famílias no país. Também legislaremos em defesa dos direitos ambientais, dos consumidores e dos trabalhadores, em linha com os da UE. Queremos que, em breve, seja garantida uma relação livre de impostos com a Europa”, sustentou.
Ao longo de quase dez minutos, o líder trabalhista britânico disse aos jornalistas ter sublinhado a António Costa que o Reino Unido, apesar de respeitar os resultados do referendo do Brexit, não pode abandonar a Europa, destino das principais exportações da indústria britânica.
“Queremos uma boa relação com a UE no futuro, importar a legislação europeia para o Reino Unido e trabalhar em conjunto. Temos uma grande dependência da indústria – motorizada, automóvel, aérea, espacial – cuja ligação à Europa é sabida. (…) Queremos manter essa relação”, insistiu, continuando o desfile de promessas.
“Defendemos um forte investimento no Reino Unido, para acabar a austeridade, aumentar os impostos às grandes empresas e aos mais ricos, para investir em áreas vitais, como a habitação, saúde e educação. No nosso modelo económico, seremos intervencionistas na economia, fazendo regressar ao setor público os correios, os transportes ferroviários e a água”, acrescentou.
“A minha presença em Lisboa serve também para contactar os socialistas europeus, para que se construa uma aliança contra a austeridade, para que a próxima geração não seja tão pobre com a atual. A juventude é o futuro do continente e é importante apoiá-la e não castigá-la”, concluiu.
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