A agência noticiosa oficial Xinhua celebra o acordo alcançado após uma “dura luta”.
“Isto significa que as duas maiores economias do mundo estão agora a tentar encontrar uma maneira mais razoável de resolver as suas diferenças”, apontou.
O jornal oficial em língua inglesa China Daily espera que a trégua “leve a uma paz duradoura” entre Pequim e Washington e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), o Diário do Povo, considera a assinatura do texto um “novo começo” para as relações bilaterais.
A televisão estatal CCTV indicou que o acordo é do “interesse comum” da China e dos Estados Unidos.
A imprensa estatal chinesa ressalvou, porém, que a assinatura do texto “não é um seguro contra todos os riscos”.
“A euforia é temperada pela sensação de que o acordo realmente não importa muito”, notou o China Daily, em editorial.
Segundo o jornal, existe a “perceção” de que, se o texto não for respeitado, isso comprometerá a próxima fase do acordo e levará automaticamente a renovadas tensões.
Também o jornal Global Times, uma ramificação do Diário do Povo, questiona em editorial o valor real do compromisso assinado na quarta-feira.
“Um acordo comercial parcial, concluído durante um período em que as relações estratégicas China-EUA estão claramente em declínio, será que funcionará”, escreveu.
“Será que isto dará lugar a novos conflitos ou a novos progressos, à medida que as negociações continuarem?”, insistiu o jornal. “Muita incerteza permanece”, destacou.
O presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinaram o acordo na Casa Branca, concretizando assim uma trégua nas fricções comerciais que se prolongam desde o verão de 2018.
Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares (180 mil milhões de euros) em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o défice comercial entre os dois países.
Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.
No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares (323 mil milhões de euros) de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25% sobre 250 mil milhões de dólares (quase 225 mil milhões de euros) de bens importados da China e de 7,5% sobre mais 120 mil milhões de dólares (quase 110 mil milhões de euros).
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