O governo japonês apelou à China para que “retire o mais rapidamente possível a restrição”, que considera não ter qualquer base científica, disse hoje o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa, revelando a apresentação da queixa e descrevendo a decisão de Pequim como “lamentável”.
O Japão também pediu à China que reveja o veto com base nas regras da Parceria Económica Regional Abrangente, um acordo de comércio livre ao qual ambos os países estão associados com o bloco da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Horas antes, antes de partir para a Indonésia para participar numa cimeira da ASEAN, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que espera explicar aos homólogos do Sudeste Asiático “de forma transparente o processo de limpeza das águas” para que estes “compreendam e cooperem em reuniões multilaterais e bilaterais”.
A 24 de agosto, a empresa proprietária da central nuclear de Fukushima, que se encontra em situação crítica, começou a descarregar a água tratada da central, que consiste na água utilizada para arrefecer os reatores danificados e o combustível derretido, bem como a água da chuva que se infiltrou nas instalações e que foi contaminada e posteriormente tratada para remover elementos radioativos perigosos.
A descarga das águas residuais no oceano deverá continuar durante décadas.
Desde que foi conhecido o plano, países vizinhos como a China opuseram-se ao despejo por razões de segurança, apesar de ter sido autorizado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que afirma que cumpre as medidas de segurança internacionais e que o impacto humano e ambiental será, em princípio, inofensivo.
Tóquio insiste que a água é segura, enquanto Pequim decidiu, em resposta, impor uma proibição de importação de todos os produtos marinhos provenientes do arquipélago.
O Japão anunciou, também hoje, um fundo de emergência para ajudar os exportadores afetados pela proibição da China continental, Macau e Hong Kong.
O fundo vai ter um valor de 20,7 mil milhões de ienes (130,6 milhões de euros).
O primeiro-ministro japonês afirmou que o fundo de emergência vem juntar-se aos 80 mil milhões de ienes (507 milhões de euros) que o governo atribuiu anteriormente a estas empresas para combater os danos causados à reputação dos produtos japoneses.
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