"É para todos evidente que essa verba é profundamente insuficiente", afirmou Arménio Carlos, no Fundão, à margem de uma visita que está a realizar ao distrito de Castelo Branco, que teve início na Covilhã e contará com ações a realizar durante a tarde em Castelo Branco.
Questionado pelos jornalistas relativamente as afirmações do ministro das Finanças sobre existir apenas uma margem de 50 milhões de euros para aumentos salariais na função pública, Arménio Calos reiterou que esta verba "não corresponde nem de perto nem de longe aquilo que se justifica e exige".
O dirigente sindical salientou que o Governo tem de ter "abertura e sensibilidade social para evoluir em relação à proposta", e lembrou que a reivindicação da CGTP passa por um aumento de 4% em termos percentuais e de 60 euros em termos nominais, o que, garante, "não é nada do outro mundo".
"Não se está a reclamar nada do outro mundo porque, se os trabalhadores há 10 anos que não têm qualquer aumento de salários, aquilo que se está a reclamar é seis euros por cada ano em que não foram atualizados os seus salários, ou seja, dá os 60 euros", fundamentou.
Sobre a possibilidade de haver aumentos maiores para os ordenados mais baixos, referiu que antes de se definir a forma de distribuição é preciso estabelecer um montante global mais elevado e reiterou que a necessidade de aumentar os ordenados mais baixos "não pode ser o pretexto para depois não se mexer nos restantes salários.
Segundo referiu, o Governo tem forma de conseguir obter margem para fazer face ao aumento reivindicado, bastando para isso que corte no sítio certo.
Apontou como exemplo os contratos 'swaps' (contratos de cobertura de risco) das parcerias público-privadas (PPP) do setor rodoviário, que com um corte de 4% nos juros que se pagam já permitiam um ganho de 800 milhões de euros.
"Ora estes 800 milhões já davam para fazer muita coisa, para responder aos problemas dos trabalhadores e às suas reivindicações, para melhorar os serviços públicos e, já agora, também para abolir as portagens", concluiu.
Em relação à luta dos professores pela reposição do tempo de serviço, reiterou que a posição do Governo é errada e reafirmou que não será com imposições que os problemas se resolvem.
"É errada a posição do Governo, foi errada a posição do Governo ao tomar uma atitude prepotente, e diria mesmo arrogante, a dois dias da manifestação [de professores] anunciar que só iria pagar uma pequeníssima parte", disse, referindo-se ao decreto-lei aprovado na quinta-feira que define que os professores vão recuperar dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço efetuado, quando os docentes exigem a recuperação de nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado.
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