"Já estivemos melhor mas infelizmente, com o modelo de desenvolvimento económico prosseguido e estimulado pelo governo das esquerdas, sentimos que estamos a recuar e a nossa balança comercial está a sofrer", disse Assunção Cristas no final de uma reunião com a Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria.
Lembrando que o CDS-PP apresentou 91 propostas para o anterior orçamento, Assunção Cristas prometeu que avançará novamente com sugestões para "uma visão alternativa para o país fazer mais e melhor".
"São propostas que queremos que sejam geradoras de bons postos de trabalho, que olhem para as famílias e para a questão demográfica - talvez a mais estrutural - e assentem numa valorização da coesão territorial e do próprio interior".
Assunção Cristas comentou ainda a visão pessimista do FMI sobre o crescimento de Portugal, considerando que um crescimento de 2% é "ainda é curto para o que seriam as necessidades do país", considerando que falta apostar "a sério em fatores de competitividade e na valorização do nosso tecido empresarial".
"Devia haver a preocupação clara de aproveitar este tempo de conjuntura internacional muito favorável para fazermos transformações no sentido de tornar a nossa economia muito mais forte a crescer de modo muito mais sustentável para o nosso futuro. Sentimos que isso não foi feito nestes anos de governo das esquerdas", sublinhou.
Em Leiria, a líder do CDS-PP lamentou muito "que o PS tenha abandonado o compromisso de redução progressiva do IRC" porque isso seria "uma forma de poder ajudar as empresas a investirem mais, a criarem mais riqueza e com isso tornarem a nossa economia mais sustentável".
Assunção Cristas reforçou a importância de criação de um IRC diferenciado para o litoral e o interior, garantindo que pacote fiscal a propor pelo CDS-PP prevê "10% de IRC para as empresas do interior, mas também metade das taxas de IRS para fixar e atrair mais pessoas para o interior, com deduções de portagens e um conjunto muito relevante de benefícios fiscais para o interior".
Na reunião com a Nerlei, o preço dos combustíveis também esteve sobre a mesa, reafirmando o CDS a proposta de eliminação da sobretaxa do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), num momento "em que voltamos a ter máximos históricos nos preços do gasóleo e gasolina" e que "o barril do petróleo, que estava na casa dos 40 dólares passou já a barreira dos 80".
"Há um enorme saque fiscal às empresas, às famílias, ao bolso de todos os portugueses que têm de ser naturalmente removido através da eliminação da sobretaxa do ISP".
Sobre o caso de Tancos, o CDS identifica "uma fragilização clara do governo e das Forças Armadas portuguesas", agravada "a cada dia que passa e a cada notícia que sai".
"Este ministro da Defesa já não devia estar lá há muito tempo. Lamentamos que continue. Tem o apoio do primeiro-ministro? Também me recordo do apoio do primeiro-ministro à ministra da Administração Interna durante muito tempo...", comentou, aludindo à saída de Constança Urbano de Sousa, após os fogos de 2017.
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