“Há anos que a Confederação não fala de promoção”, começou por dizer Francisco Calheiros na abertura do seminário “A economia portuguesa e o OE2020”, para avisar que a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) vai exigir um reforço das verbas para promoção.

“Os turistas têm aumentado, a verba para a promoção tem diminuído. Se se fizer um rácio do custo da promoção por turista, há seis ou sete anos que ela vem a descer todos os anos”, referiu o presidente da CTP, Francisco Calheiro, acentuando que está na “altura de inverter” e que já que há mercados que “exigem um aumento de promoção importante”.

A par do reforço de verbas, Francisco Calheiros defendeu também um reforço dos meios humanos do Turismo de Portugal cuja estrutura, afirmou, tem permanecido inalterada apesar do crescimento do número de turistas.

“Temos mais turistas, são 27 milhões de turistas a aparecer todos os anos” e “a estrutura do Turismo de Portugal mantém-se a mesma”, precisou para concluir que “isto não pode continuar”.

“Tem de se reforçar”, insistiu, na abertura do seminário sobre o Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), promovido pela CTP.

Em declarações aos jornalistas à margem do seminário e em resposta a uma questão sobre a necessidade de reforço de verbas para promoção, o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, referiu que o turismo tem crescido nos últimos quatro anos "a níveis nunca vistos" e que o "mais importante" é que exista "foco" relativamente ao que é preciso fazer.

"O que queremos é maximizar o investimento que é feito e trazer mais resultados para o país. É isso que estamos a fazer e os resultados estão à vista", referiu, lembrando que em 2019 Portugal bateu um novo máximo de hóspedes e de dormidas, atingindo 24 milhões e 80 milhões, respetivamente.

Relativamente ao Orçamento do Estado para 2020, Francisco Calheiros insistiu na ideia de que este tem como “aspeto positivo” o facto de prever um excedente orçamental, mas que deixou sem resposta algumas das medidas defendidas pela Confederação, como a descida do IVA no golfe, referindo que “as empresas estão numa fadiga fiscal completa”.

O presidente da CTP realçou ainda aquele que considera ser o principal desafio que o país tem para enfrentar e que é a demografia.

“Depois de termos descido a taxa de desemprego, a demografia é o desafio”, precisou, para acrescentar: “Podemos discutir o Orçamento do Estado que quisermos, mas se a questão demográfica não se alterar” de nada valerá.

Orador convidado deste seminário, o economista e professor da Universidade Católica de Lisboa João César das Neves considerou que o OE2020 é "difícil", "histórico", "milagroso", "paradoxal" e "adequado".

Centrando-se essencialmente nas medidas fiscais, Jaime Esteves, da consultora PwC salientou, por seu lado, que o facto de este OE estar enquadrado na linha da estabilidade fiscal, "não é necessariamente bom" porque "este é um Orçamento fiscalmente estável, mas de maré alta" - numa alusão às taxas máximas de alguns impostos, nomeadamente do IRS e do IRC com derramas.

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