À saída da uma reunião com os secretários de Estado do Orçamento, João Leão, e da Administração Pública, José Couto, o líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) considerou a proposta "uma ofensa".
José Abraão afirmou que os governantes propuseram que para o aumento salarial para os funcionários públicos seja aplicado "exatamente" a mesma fórmula que é usada para as pensões, que tem em conta a inflação sem habitação e o crescimento económico e cuja atualização é diferenciada, tendo em conta os valores das pensões.
“A proposta que o senhor secretário de Estado do Orçamento nos fez foi exatamente que iria aumentar os salários de todos os trabalhadores da administração publica no ano de 2020 utilizando a fórmula que vai ser utilizada para o aumento das pensões”, disse José Abraão.
Se a proposta avançar tendo em conta a fórmula que é usada para as pensões, significa que os funcionários públicos com salários até 877,6 euros brutos terão um aumento de 0,7% e que os trabalhadores que ganhem entre 877,6 euros e 2.632,8 euros brutos terão uma atualização de 0,2%.
Já para valores superiores a 2.632,8 euros brutos não haverá atualização. Porém, segundo afirmou o líder da Fesap, os governantes garantiram na reunião que haverá aumentos salariais para todos os trabalhadores em 2020.
“Isto é uma provocação aos trabalhadores da administração pública, pese embora, em termos fiscais nos tenham dito que estão dispostos a fazer algumas correções com o objetivo de despenalizar as famílias com mais filhos”, adiantou o dirigente sindical, acrescentando que o Governo “mostrou sensibilidade para corrigir a questão fiscal no que diz respeito aos assistentes técnicos e mostrou também sensibilidade para corrigir se a inflação no ano de 2020 for superior.”
De acordo com o dirigente sindical, vai haver nova reunião suplementar na próxima sexta-feira com os sindicatos sobre as várias matérias e se não houver evolução na questão salarial "todas as formas de luta" estarão em cima da mesa.
José Abraão disse ainda que o executivo "manifestou disponibilidade para a celebração de um protocolo negocial" sobre várias matérias.
As rondas negociais com o Governo sobre as matérias orçamentais para a função pública estão a decorrer com a Frente Comum da CGTP e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
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