O balanço confirma que a situação não melhorou, segundo a coordenadora do GAS, Natália Nunes: “A expectativa de que o crescimento económico melhorava a situação financeira das famílias não se verificou, nem houve uma redução das famílias a pedir ajuda, muito pelo contrário, verificou-se um ligeiro aumento”.
O número de pedidos de ajuda a famílias em situação de sobre-endividamento subiu no ano passado, de 29.056 pedidos em 2015, para 29.530. Este número só tinha baixado em 2014, para 29 mil pedidos de ajuda, face aos 29.214 pedidos de 2013, mas desde 2014 têm subido consecutivamente, sendo 2016 o ano com maior número de pedidos de ajuda desde sempre.
Mas, do total de pedidos recebidos pelo GAS, a grande maioria fica pelo caminho: “Continuamos a ver uma degradação da situação financeira e, por isso, não conseguimos ajudar a maioria das famílias”, comentou Natália Nunes, explicando que, na maioria dos casos, o gabinete da Deco não consegue avançar com a reestruturação da dívida.
Do total de pedidos, quase 30 mil, a Deco acompanhou no ano passado apenas 2.715, mais três processos do que no ano anterior e menos 53 processos do que em 2014.
Quanto às razões que levam as famílias a endividar-se em excesso ou acima da capacidade de pagar as dividas, continuam a liderar as ligadas ao trabalho, com destaque para o desemprego, mas este baixou para um peso de 26%, quando em 2014 era de 30%.
Quanto às habilitações académicas, a maioria das famílias que pede ajuda têm o ensino secundário (35%) ou o 3.º ciclo (22%), representando o ensino superior apenas 18%.
A maioria dos pedidos de ajuda de sobre-endividados à Deco é oriunda de Lisboa e Vale do Tejo (43%), Porto e Norte (31%) e da região Centro (155), representando o Alentejo e o Algarve apenas 5% e 4% dos pedidos, respetivamente.
A taxa de esforço média dos processos de sobre-endividamento nas mãos da Deco foi de 67% no ano passado, mostrando uma baixa face às taxa de esforço de 72% em 2015.
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