A economia de Singapura é frequentemente a primeira a dar sinais de fragilidade face a uma crise - mas também a primeira a registar recuperação. Segundo os dados agora revelados pelo ministério do Comércio local, na comparação com o trimestre anterior,  recuou 10,6%, o que confirma os alertas que têm sido lançados.

Os confinamentos e outras medidas para evitar a propagação do novo coronavírus impostas por muitos países abalaram a economia mundial, que pode afundar num longo período de recessão, têm vindo a dizer vários analistas.

E a cidade-estado, que é simultaneamente uma plataforma aérea, um eixo comercial e um centro financeiro chave na Ásia, parece ser uma das primeiras a sofrer quando o comércio mundial paralisa. Antes da pandemia, Singapura estava já a acusar os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Os dados do primeiro trimestres de Singapura representam a pior contração desde 2009, em plena crise financeira mundial, quando o país do sudeste asiático registou a sua última recessão. O ministério do Comércio reviu a projeção de queda anual do PIB para algo entre 1% e 4% (antes calculava um resultado entre -0,5% e -1,5%).

O ministério destaca um "grau de incerteza importante" sobre a gravidade e a duração da epidemia, mas considera provável o aumento do nível de risco.

Os dados trimestrais do PIB são ainda estimativas que o governo pode ser obrigado a atualizar.

Singapura adotou medidas drásticas para conter o vírus, proibindo o acesso ao território e aos não residentes, inclusive para o tráfego aéreo, esta semana.

A cidade-estado regista 631 casos de pessoas infetadas pela COVID-19, e duas mortes.