O The New York Times revelou no passado dia 25 de janeiro que estas três empresas, Volkswagen, Daimler e BMW, assim como o grupo Bosch realizaram testes com animais, em 2014, em território norte-americano, por parte de um organismo europeu de saúde no setor do transporte, o UEGT, fundado pelos quatro grupos.
O estudo visava defender o uso de diesel após revelações de que os fumos emitidos pelos automóveis são cancerígenos. Os testes tiveram lugar em Albuquerque, no estado do Novo México. Aqui os macacos ficavam em câmaras hermeticamente fechadas, inalando fumo de um Volkswagen Beetle, denunciou o New York Times.
O UEGT era financiado pela Volkswagen, Daimler e BMW, não sendo claro se as marcas estavam conscientes do tipo de testes que o laboratório esta a conduzir.
No sábado, a Volkswagen distanciou-se, em comunicado, de todas as formas de maus-tratos a animais. "Testes em animais contradizem os nossos princípios éticos", disse a empresa.
Do mesmo modo, a BMW recusa ter "influenciado de alguma forma a metodologia dos estudos realizados em nome do UEGT", acrescentando que não realiza estudos com recursos a animais.
Já a Daimler, detentora da Mercedes-Benz, também de distanciou das práticas do EUGT e adiantou que está a ser conduzida uma análise para determinar como é que esta experiência foi levada a cabo. "A Daimler não tolera ou suporta tratamento não ético de animais", acrescentou.
Agora, o caso adquire uma nova dimensão com o jornal alemão Süddeutsche Zeitung a afirmar que estes testes sobre os efeitos de inalação de óxidos de nitrogênio (NOx) também foram realizados com 25 humanos com boa saúde.
Bernd Althusmann, ministro da Economia da Baixa Saxônia, um estado federal acionista da VW, classificou essas experiências de "absurdos indesculpáveis", informou a agência DPA.
No final de 2015, o grupo Volkswagen admitiu ter equipado 11 milhões de veículos diesel com um programa de computador que falseava os testes antipoluição e ocultava as emissões que eram, às vezes, 40 vezes superiores ao autorizado pelas normas vigentes.
Depois do "dieselgate", as empresas alemãs decidiram acabar com a atividade do UEGT, atualmente em liquidação, segundo o Süddeutsche Zeitung.
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