"Se os nossos petroleiros nas Caraíbas ou em qualquer parte do mundo tiverem problemas devido aos norte-americanos, eles, de forma recíproca, terão também problemas", afirmou Rohani, numa conversa telefónica com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Zani, citada pela página oficial da presidência iraniana.

"Esperamos que os norte-americanos não se enganem", salientou Rohani, quando cinco navios iranianos que transportam combustível para a Venezuela se aproximam das Caraíbas, esperando-se que o primeiro navio chegue a águas do país sul-americano no domingo.

Rohani afirmou que Teerão não iniciará qualquer conflito, mas reserva-se "o direito legítimo de defender a soberania e a integridade territorial e os seus interesses". O presidente reiterou também a importância da segurança da região.

Por seu lado, o emir referiu que o Qatar se opõe a qualquer escalada da situação. "Faremos todos os esforços para reduzir a tensão", assegurou.

O governo venezuelano liderado por Nicolas Maduro denunciou na sexta-feira na ONU alegadas ameaças dos Estados Unidos aos navios iranianos.

O Irão e a Venezuela mantêm uma relação próxima desde a época do falecido líder venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), cimentada numa oposição aos Estados Unidos, que impôs sanções aos dois países.

A Venezuela regista uma queda na produção de petróleo e de derivados devido aos problemas que paralisam várias das suas refinarias, afetadas pelas sanções e por falta de investimento.

O setor energético iraniano também está debilitado devido às sanções impostas pelos Estados Unidos em 2018, com a proibição de exportação de crude do Irão.

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Lusa/fim