Não queria estar aqui a levantar suspeitas, mas sendo que Itália é o país mais afectado, para já, pela pandemia de COVID-19, acho que talvez prove que Deus não exista. Pelo menos o Deus do Vaticano, que está ali mesmo em Roma. Aliás, a cidade do Vaticano é o país com maior percentagem de população infectada, 0,6% o que perfaz um total de 6 pessoas. Agora pensem.

Por outro lado, o Irão também é dos países com maior taxa de mortalidade o que nos pode levar a crer que Alá, do mesmo modo, pode não existir. Alias, os países muçulmanos só se podem gabar e dizer “Afinal nós é que tínhamos razão” nos casos de pandemias de gripe suína como foi do H1N1 em 2009.

Sobra quem? Os gregos não estão mal de todo, querem ver que os politeístas é que estavam certos? Na volta, Zeus é que manda nisto tudo, o que faria mais sentido porque o trabalho de equipa funciona sempre melhor, embora neste caso os países mais absolutistas estejam a ter melhores resultados na contenção do vírus. Singapura, Coreia do Sul e China são dos países com maior número de população que não crê em nenhum Deus, mas por outro lado tudo parece indicar que o vírus nasceu na China, o que pode ser Deus a fazer pirraça aos comunistas que dizem que só o seu partido deve ser idolatrado em questionar. Está tudo muito confuso.

O Deus dos países africanos é que é capaz de também existir porque para evitar que os seus filhos morram de coronavírus, mata-os de outras causas ali pelos 40 anos. Há anos que Deus está a fazer uma excelente profilaxia da COVID-19 ao dizimar África com cólera, malária, ébola, disenteria, fome e outras doenças para que assim não cheguem à idade de risco do novo coronavírus.

Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a existência de Deus ou não, mas a verdade é que o Papa rezou e a coisa ficou um bocado na mesma. Deus, a existir, não consegue achatar a curva. Aliás, não quero estar aqui a lançar culpas nesta altura, mas desde que o Papa Francisco deu aquela missa sozinho que deu fotos bonitas, que o número de infectados e mortos aumentou exponencialmente. Não estou a dizer que a culpa é do Chico, mas é um vírus novo que ainda não sabemos bem como funciona por isso é melhor ter cautela e não inventar. Se rezar pode curar, então pode piorar, tal como se pensava ser o caso do ibuprofeno.

De qualquer forma, embora eu não seja uma pessoa de fé e precise de provas irrefutáveis para acreditar em afirmações e teorias mirabolantes como a existência de um Deus, a verdade é que acho que a Igreja pode ter um papel fundamental nesta pandemia. Primeiro, porque acreditar que vai ficar tudo bem é importante para a nossa sanidade mental e há pessoas que apenas o conseguem fazer se acreditarem que está alguém superior a zelar por elas. Depois, porque a Igreja influencia a opinião de massas e pode ter um papel importante a manter as pessoas informadas, além do papel principal da Igreja que é manter as massas controladas e obedientes o que neste caso pode dar jeito. O senhor da OMS manda lavar as mãos e ninguém lava, mas se o Papa manda as pessoas lavar as mãos e fazer o pino, são logo vários milhões a acatar. Por último, a Igreja tem muito guitozinho. O Papa doou 30 ventiladores e 100 mil euros, só para verem a generosidade do menino que lidera uma das instituições mais ricas do mundo. Em proporção, eu doei uma daquelas bombas manuais de encher bolas de futebol.

Espero que se o bicho me apanhar a medicina e a ciência me consigam curar, mas se toda a esperança se perder, talvez também eu anseie que Deus me dê uma mãozinha desde que a desinfecte antes.

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