Está o caldo entornado na Igreja Católica. Em outubro, os líderes católicos reunidos no Sínodo da Amazónia concluíram que permitir que os padres casem talvez não fosse má ideia para combater a falta de padres católicos naquela região. Agora, que o Papa Francisco se prepara para decidir sobre essa flexibilidade, veio Ratzinger e outros conservadores dizer que o celibato é imprescindível para o exercício do sacerdócio.

Se pensarmos bem, é um senhor de 92 anos a dar conselhos sexuais. Um papa ou padre falar sobre sexualidade é como um informático dar dicas de cirurgia ao cérebro. Até se pode ter visto umas coisas na Internet, mas nunca se meteu as mãos na massa. É certo que há bons treinadores de futebol que nunca foram bons jogadores, mas passaram anos a vê-los jogar e não me parece que o Ratzinger tenha o PornHub Premium.

O celibato na Igreja Católica surgiu há cerca de mil anos o que significa que durante os primeiros mil aquilo é que deve ter sido comunhão à bruta. Aliás, o celibato surgiu porque os padres eram muito populares, uma espécie de rock stars e, por isso, papavam muitas beatas e fiéis. Todos sabemos que quando há alguém que varre categoricamente mais do que os outros, esse alguém é olhado de lado e alvo de inveja.

Assim, os fiéis fizeram pressão para que o Vaticano ordenasse o celibato aos padres, sacerdotes e bispos para que estes não andassem a dar after parties com o vinho que sobrava, arrastando as groupies para os seus aposentos, depois de celebrarem a missa.

As religiões têm fetiche pela sexualidade alheia. Tentam dizer-nos quando, onde, com quem e porquê devemos fornicar. Para quem não sabe, fornicar é o termo que, na Bíblia, se dá a toda a prática sexual condenada por Deus, ou seja, toda aquela que não é feita entre um homem e uma mulher casados e com o propósito de filhos. Tudo o que desvia daí, é fornicação. É sujo. É pecado. A Igreja está envolta em sexo tapado com vergonha e duvido muito que fosse essa a ideia de Cristo. Todas as religiões derivam de cultos que começam porque alguém afirma ser o messias quando, no fundo, quer é papar gajas (olhemos para os Mórmones, por exemplo). Jesus, na improbabilidade de ter existido, seria um gajo porreiro, hippie e que queria espalhar a paz e o amor e, nos entretantos, fazer orgias com a malta. Como é que acham que convenceu 12 gajos a andarem com ele para todo o lado? Foi com o truque do vinho e com a promessa de que haveria muitas mulheres. Ou isso ou eram todos homossexuais, o que também é bastante possível. Aliás, dado que Igreja Católica até tem um passado (e presente) de discriminação dos homossexuais, acho até incoerente o celibato dos padres, pois está-se a impedir homens heterossexuais de se casarem. Sempre eram mais uns pénis que entravam em vaginas como Deus manda.

Por tudo isto, será o celibato mesmo importante? Só se for para as crianças se sentirem especiais por os padres abdicarem de uma promessa tão forte só para fazerem amor com elas. Tenho a teoria que o celibato explica a prevalência de pedofilia entre os padres, acima da média das outras profissões. Não é porque alguém celibatário se vira para as crianças porque já não se aguenta, isso é uma falácia porque uma pessoa normal, estando numa ilha de deserta com uma criança, vai mais depressa enfiar o pénis num buraco de toupeira do que se transformará num pedófilo. Acho é que muitos dos que vão para padre o fazem porque sentem tentações que não deviam. Sentem desejos por crianças e pensam que ir para padre e abraçar o celibato os pode curar. O problema é o coro e a catequese estão mesmo ali ao lado. É como estarmos a tentar fazer dieta e abrir um McDonalds na nossa rua.

Por falar nisso, em abril, os bispos, que são os feiticeiros nível máximo, irão discutir as normas da Igreja sobre abuso sexual de menores. Dito assim até parece que vão criar um manual de normas de como abusar correctamente de uma criança. Uma espécie de framework para estarem dentro dos standards ISO adoptados pelo Vaticano. Piada de mau gosto? Relembro que havia (e há?) um modus operandi sistemático, enraizado e com o conhecimento das mais altas patentes da Igreja para para abafar os abusos e até os facilitar.

Na óptica de quem faz as regras da Igreja Católica, Deus fez os homens e as mulheres, perfeitos, menos a pila dos padres que está a mais, como se já não bastasse o apêndice que não nos serve de nada a todos. Seria de esperar que os padres celibatários cometessem mais actos de terrorismo, já que estão quase a rebentar. No entanto, quem se anda a explodir são os muçulmanos que até podem ter várias mulheres! Pensando bem, talvez o problema seja esse: é tudo muito giro no início, mas chega a um ponto que se passam, especialmente porque nem podem beber álcool para esquecer.

Deus não existe, mas a existir terá feito os terminais nervosos da glande e do clitóris que enviam sinais que são transformados em prazer pelos químicos libertados no cérebro aquando do roça-roça e do orgasmo. Vocês sabem o trabalho que dá fazer uma glande e um clitóris? Já dizia o Pedro Arroja que é um trabalho tão especializado que nem a mãe dele sabe fazer, apenas Deus. Está Ele a ter tanto trabalho para depois o pénis do padre ficar a ganhar bolor? É que a masturbação faz crescer pelos nas mãos e causa cegueira e um padre cego não consegue dar a missa e ninguém quer pelos nas hóstias.

Para ver: Dois Papas, na Netflix