Entre vacinas e aumento da mortalidade, o que sabemos sobre a varíola-dos-macacos?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Mais de 18.000 casos de Monkeypox foram detetados em todo o mundo desde o início de maio passado, fora das áreas endémicas.

A OMS acionou, em 24 de julho, o nível mais alto de alerta, a emergência de saúde pública de interesse internacional, para reforçar a luta contra a doença, também chamada de varíola-dos-macacos.

Nos últimos dias, acrescentou-se mais um factor de alerta: foram registadas as primeiras mortes fora de África, duas em Espanha e outra no Brasil. Contudo, não se sabe se o vírus é, de facto, a causa do óbito.

O número de mortes registadas com varíola, desde maio, sobe assim para oito, com os primeiros casos a serem registados em África, onde a doença é endémica e foi detetada pela primeira vez em humanos em 1970.

“Tendo em conta a continuidade da propagação da varíola na Europa, prevemos mais mortes”, declarou num comunicado de imprensa uma das responsáveis do serviço de emergência da OMS para a Europa, Catherine Smallwood.

Por isso, agora o objetivo deve ser “interromper rapidamente a transmissão do vírus na Europa e colocar um fim a esta epidemia”, defende Catherine Smalwood que, salienta, no entanto, que a doença, na maioria dos casos, cura-se por si só, sem necessidade de tratamento.

“A notificação de mortes relacionadas com a varíola não altera a nossa avaliação da epidemia na Europa. Sabemos que, mesmo resolvida espontaneamente na maioria dos casos, a varíola pode levar a complicações graves”, apontou.

Contudo, há formas de tentar controlar a varíola. A vacina contra a varíola, assim como antivirais e a imunoglobulina ‘vaccinia’ (VIG), podem ser usados como prevenção e tratamento desta doença rara.

Mas, por enquanto, diz a OMS, não há vacinas para todos e, por isso, recomenda que seja administrada aos casos prioritários como os que correm maior risco, que estão doentes, e aos seus cuidadores.

Especialistas têm também vindo a alertar que a compra de grandes quantidades de vacinas, pelos países ricos, poderá voltar a deixar milhões de pessoas desprotegidas contra o vírus, tal como aconteceu com a covid-19.

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