Já são mais de três centenas de corpos encontrados. Que valas comuns são estas em Gaza?

As autoridades de saúde do sul de Gaza revelaram esta terça-feira terem recuperado mais 35 corpos, numa vala comun encontrada no hospital Nasser.

Com esta descoberta o numero total de corpos encontrados até ao momento aumenta para 310, desde a semana passada.

Que valas são estas?

A Associated Press revelou que a área funerária do hospital Nasser foi construída quando as forças israelitas cercaram a instalação no mês passado. Na altura, as pessoas não conseguiram enterrar os mortos num cemitério e cavaram sepulturas no pátio do hospital.

As dúvidas, e contradições, persistem, no entanto, sobre quem teria cavado estas valas. Se há informações que foram os palestinianos a fazê-lo, por não haver espaço em cemitérios, outras dizem que terão sido soldados israelitas, com retroescavadoras, a fazê-lo, de forma a esconder os corpos após o ataque ao hospital Nasser.

Aliás, num comunicado, o departamento de Gaza revelou que a maior parte dos corpos foram recuperados do pátio do hospital desde sexta-feira, salientando que alguns dos mesmos eram de pessoas mortas durante o cerco ao hospital. Outros foram mortos quando as forças israelitas invadiram o hospital, também no mês passado.

Qual o passo seguinte?

De acordo com a ONU irá realizar-se uma investigação a esta descoberta.

O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, manifestou-se hoje "horrorizado" com a descoberta de mais de 280 cadáveres numa vala comum nos terrenos do Hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

Turk utilizou o mesmo adjetivo para definir a destruição do hospital local na sequência da ofensiva militar de Israel e apelou a uma investigação "independente, efetiva e transparente" sobre a morte destas pessoas.

"Dado o clima de impunidade, a investigação deve incluir investigadores internacionais", defendeu.

"Os hospitais têm uma proteção muito especial ao abrigo do direito internacional humanitário", disse, sublinhando que a morte de civis, detidos e outras pessoas à margem dos combates "é um crime de guerra".

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