A tecnologia de quinta geração (5G) "tem alguns obstáculos que não vai facilitar que seja rápida" a sua aplicação a todos os setores, afirmou Vicente Huertas, responsável da Minsait, empresa da Indra para a consultoria de transformação digital e tecnologias, que falava na II conferência de ciclo de debates na Embaixada de Espanha.
A implementação da tecnologia precisa "de antenas" e é preciso ver se as de 4G podem ser reutilizadas, além disso é preciso "tempo" para que "as operadoras possam fazer investimento", permitindo viabilizar o negócio, prosseguiu.
Por exemplo, os veículos autónomos vão precisar de baterias duráveis, postos de carregamento, e tudo isto é uma indústria que leva tempo a ser desenvolvida, o que significa que a aplicação de toda a potencialidade do 5G ainda vai levar algum tempo a ser implementada, salientou o responsável.
Por isso, o 5G "não vai ser tão rápido, primeiro começará pelos terminais" móveis, disse Vicente Huertas.
"Estou totalmente de acordo", acrescentou Juan Manuel Tomé, responsável pelos assuntos digitais da Cepsa, que destacou que o 5G vai entrar "paulatinamente".
No final do debate, em declarações à Lusa, Juan Manuel Tomé adiantou à Lusa que a Cepsa vai "experimentar o 5G" em Espanha, mais concretamente em Huelva, no âmbito de um acordo com a Vodafone.
Tal vai permitir à empresa energética analisar "as latências, o consumo de bateria, a banda larga".
A Cepsa tem em curso um conjunto de mais de quatro centenas de iniciativas, tendo em vista a transformação digital do grupo.
"Estão orientadas para a melhoria dos processos das operações", afirmou à Lusa Juan Manuel Tomé, sublinhando que tal visa aumentar a eficência, mas afastou qualquer impacto numa eventual substituição de pessoas.
Por sua vez, Nuno Matias, responsável da Domínios.pt & Amen.pt, destacou o papel que a China tem vindo a ter no desenvolvimento do 5G e a guerra entre Washington e Pequim em torno da tecnológica chinesa Huawei, que é acusada de espionagem.
A nova tecnologia vai "mudar o paradigma" da forma como são feitos os negócios, salientou.
Vicente Huertas apontou que uma das chaves para a nova tecnologia "é o talento", posição igualmente defendida por Juan Manuel Tomé, que apontou que o 5G vai também trazer "novas oportunidades de trabalho".
O arranque da 5G móvel está previsto para 2020 em Portugal.
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