Durante a 3.ª Edição Porto Cybersecurity Conference 2017, realizada hoje, no Porto, Samuel de Tomás, um dos oradores, insistiu na importância de “regenerar” a cultura de segurança para que as pessoas, que são quem utilizam os dispositivos tecnológicos, consigam reconhecer, prevenir e preparar-se para eventuais ameaças.
Com a mesma visão, Ramses Gallego, outro dos conferencistas, reforçou que só é possível combater ataques informáticos com três coisas: tecnologia, pessoas e sentido comum.
O ciberataque lançado na sexta-feira contra vários países e organizações foi de "um nível sem precedentes", admitiu a Europol, sublinhando ter afetado mais de 300 mil computadores em 150 países.
O vírus ‘WannaCry’ propaga-se aproveitando uma vulnerabilidade do sistema operativo da Microsoft, detetada pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, cujos dados foram roubados em abril por piratas informáticos.
O vírus limita ou impede aos utilizadores o acesso ao computador ou a ficheiros, exigindo ao proprietário um pagamento em troca de um código para resolver o problema.
O espanhol Samuel de Tomás frisou que é “importantíssimo” ter o sistema operativo atualizado porque diariamente as pessoas recebem e-mail com ficheiros anexos com vírus que, caso sejam abertos, se propaga.
“Na verdade, a maior vulnerabilidade está nas pessoas”, considerou.
Por isso, reforçou a necessidade de “atualizar este processo de inteligência” que permite às empresas e aos seus funcionários defender-se das ameaças, protegendo os seus dados.
Insistindo igualmente na mensagem de proteção e defesa, Ramses Gallego entende que não se pode pensar na cibersegurança verticalmente, mas de maneira amplificada porque os piratas informáticos entram e atacam em todas as direções.
A tecnologia, as pessoas e o sentido comum são os três eixos assinalados pelo espanhol para mitigar os efeitos de um ataque informático.
“Não pode acontecer avisarem-se as pessoas de que a porta está aberta e, por isso, estão vulneráveis e, mesmo assim, não a fecharem”, salientou.
O facto de haver uma “porta aberta”, que é como quem diz uma vulnerabilidade, causou a propagação massiva deste vírus, frisou, realçando que os piratas informáticos sabendo disto “é claro” que fizeram planos para invadir e atacar o que puderam.
Houve um descuido humano e técnico, considerou o especialista.
A motivação deste ciberataque não foram os dados, como habitualmente acontece, mas sim o dinheiro, opinou.
Durante todo o dia, a Porto Cybersecurity Conference 2017 reuniu especialistas nacionais e internacionais, em mais de 20 palestras, sobre os temas da cibersegurança e ciberameaças.
A cargo da Globinnova, em parceria com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico do Porto, o evento apresentou as melhores práticas e soluções no combate ao cibercrime.
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