A Gig Economy é composta por trabalhadores em regime de freelancer e nómadas digitais de todo o mundo. Os trabalhadores independentes obtêm o seu rendimento como profissionais independentes, contratados temporariamente para trabalhar em tarefas específicas, ou ao executarem um serviço, como oferecer uma boleia até um destino ou entregar um item. Eles também podem fornecer apoio às empresas, operando através de plataformas tecnológicas tais como aquelas a que chamamos “aplicações”.

Os trabalhadores independentes são frequentemente percecionados como os trabalhadores do futuro. No entanto, num mundo dominado por uma pandemia que forçou países a fechar fronteiras, empresas a encerrar e operações a paralisar, os trabalhadores independentes, não possuindo os mesmos recursos ou proteções que aqueles que trabalham a tempo inteiro em empresas, encontram-se numa situação vulnerável. Hoje, os trabalhadores independentes já sentem a pressão financeira.

Para ajudar a aliviar parte desta pressão, apresentamos aqui algumas dicas e exemplos, recolhidos um pouco por todo o globo, para ajudar a guiar a nossa Gig Economy local. Estas são lições que os trabalhadores independentes de outros países já estão a pôr em prática, aprendidas através da sua própria experiência profissional durante a pandemia.

1. Inclua uma política de cancelamento e de reagendamento nos contratos de trabalho

Enquadrados neste conceito de Gig Economy, estão os trabalhadores contratados para empresas como a Uber, Airbnb, Etsy ou TaskRabbit. Estas empresas atuam como intermediário entre trabalhador e consumidor, que é quem na realidade paga pelo serviço prestado. No entanto, os trabalhadores independentes, na eventualidade de não serem pagos, não têm um departamento de recursos humanos ao qual possam denunciar estas situações. Para combater o prejuízo financeiro que pode ocorrer quando os clientes cancelam um serviço, especialistas jurídicos enfatizam a importância de incorporar políticas de cancelamento e reagendamento claramente definidas nos contratos de trabalho.

2. Tenha um plano de contingência para gerir as suas expectativas durante a crise

Um trabalhador pode definir com os seus clientes, de forma clara e concreta, os seus objetivos e expectativas tendo em conta a sua situação atual. Isto ajudará a manter o relacionamento com o cliente e a deixá-lo mais à vontade durante a crise. Também ajudará a aumentar as hipóteses de reagendar a realização dos serviços assim que a situação atual estabilizar. Para potenciais clientes, essa comunicação proactiva por parte do trabalhador mostra que este tem uma estratégia delineada e está atento ao eventual surgimento de outros acontecimentos inesperados.

3. Procure programas de apoio nacionais

Governos, um pouco por todo o mundo, têm tomado uma atitude proactiva, com a criação pacotes de ajuda financeira, para atenuar os problemas económicos que os trabalhadores independentes hoje enfrentam. O governo português também adotou várias medidas para ajudar os trabalhadores independentes, para ajudar não só  a combater o stress financeiro previsto durante o surto de Covid-19 e de forma a combater a possível redução de oportunidades de trabalho.

4. Não tenha medo de pedir licença médica

Se, por um lado, muitos dos trabalhadores independentes estão na linha da frente do surto de coronavírus, por outro, são o grupo que menos proteção contra ele tem. O trabalho independente, devido à sua falta de benefícios como seguro de saúde, subsídio de doença e assistência médica, é muitas vezes considerado um trabalho precário. Mas esta crise de saúde pública está a forçar as empresas a ter em conta o bem-estar dos seus trabalhadores e a fazer mudanças radicais para protegê-los contra os efeitos do coronavírus. Perante esta crise, a Uber prometeu oferecer aos seus motoristas uma folga remunerada, afirmando que tanto os motoristas  como os estafetas das áreas afetadas receberão uma compensação por um período de até 14 dias. A Instacart também anunciou licenças médicas remuneradas para trabalhadores em regime de part-time, bem como um pagamento prolongado de 14 dias para trabalhadores em regime de part-time com diagnóstico de Covid-19.

Embora as incertezas e as tensões persistam, ainda surgem novas oportunidades todos os dias. Caso queiram continuar a trabalhar durante a pandemia do novo coronavírus, os trabalhadores independentes devem reservar algum tempo para ajustar as suas obrigações, ferramentas e documentos, de forma a que se consigam proteger a si mesmos.

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