O diretor do serviço de Radiologia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), António Madureira, explicou à Lusa que naquela unidade “está a ser instalado um servidor” de Inteligência Artificial (IA), desenvolvido a nível europeu e agora em fase de validação mundial em vários hospitais.

“É como se fosse um segundo par de olhos a ver as imagens”, frisou, notando que assim se aumenta o “grau de certeza no diagnóstico”.

O sistema, que deve começar a funcionar no CHUSJ “na próxima semana”, vai permitir alertar os médicos para “determinados critérios” ou “pormenores das imagens”, permitindo “maior fiabilidade no diagnóstico” e prognóstico da infeção por coronavírus, mas a decisão final é sempre dos profissionais, alertou o diretor do serviço.

“Não vamos alterar nada. Não vamos fazer mais TAC. Continuaremos a fazê-las apenas a doentes com indicação para tal”, observou António Madureira.

De acordo com o responsável, “o programa chama a atenção para determinados aspetos que o médico valida ou não”.

Está previsto que a “validação” do sistema de IA dure cerca de um ano, período durante o qual a Comissão Europeia suporta as licenças de utilização, acrescentou.

Em comunicado, o CHUSJ revela ser o “único hospital português a integrar o projeto”, escolhido por acompanhar “mais doentes com covid-19 e ser pioneiro, em Portugal, no recurso à TAC torácica para rastreio de casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus em contexto de Serviço de Urgência”.

No fim de março, o CHUSH instalou um novo equipamento de TAC de 32 coortes junto à área de doentes graves do serviço de urgência, para permitir uma “informação imagiológica bastante exigente para os casos complexos”, disse na ocasião à Lusa o diretor do Serviço de Radiologia.

O responsável referiu ainda que o TAC, tratando-se de uma resposta “inovadora” a doentes covid-19, ia “possibilitar um diagnóstico, uma estratificação do risco e uma intervenção mais precoce e efetiva”.

A TAC Torácica “devido à sua maior sensibilidade, pode sugerir o diagnóstico e avaliar de modo mais fidedigno a extensão da doença”, explica António Madureira, diretor do Serviço de Radiologia do CHUSJ.

“Permite deste modo uma melhor estratificação do risco dos pacientes e fornece informação imagiológica mais completa nos casos complexos dos doentes em estudo”, observa.

O CHUSJ esclarece que a intenção é que o sistema de inteligência artificial seja capaz de “verificar rapidamente”, nas TAC, “se existem sinais sugestivos de infeção por covid-19″, bem como “fornecer informação prognóstica da evolução dos sintomas”.

O sistema de Inteligência Artificial foi aprovado pelo British Standards Institute” e, durante cerca de um ano, “a Comissão Europeia (CE) suportará todos os custos pela prestação do serviço” aos hospitais participantes, refere o CHUSJ.

“Se este exercício for bem-sucedido, a CE considera oferecer suporte a muitos outros hospitais com a mesma solução ou soluções semelhantes por meio de futuros instrumentos de financiamento”, acrescenta o CHUSJ.

O CHUSJ tem hoje internados 70 doentes infetados com covid-19, dos quais 33 estão nos cuidados intensivos, revelou à Lusa fonte oficial.

Quanto a números totais desde o início da pandemia, a mesma fonte aponta para 525 doentes recuperados e 1.864 acompanhados em ambulatório, bem como 36.807 doentes testados positivos, dos quais 3.840 resultantes de testes para outras instituições.

Portugal contabiliza 1.163 mortos associados à covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

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