A Huawei registou uma queda homóloga de 5% nas vendas, para 55,8 milhões de dispositivos, mas o desempenho da rival direta, a Samsung, foi ainda pior: o conglomerado sul-coreano vendeu 53,7 milhões de dispositivos, ou seja, 30% a menos do que no mesmo período de 2019, mostra um relatório divulgado pela empresa de análise do mercado.

O grupo chinês de tecnologia tornou-se assim a primeira empresa a quebrar o duopólio entre Apple e Samsung no topo da lista de fornecedores globais de 'smartphones', segundo estimativas da Canalys.

O feito, apesar de estar diretamente relacionado à queda do concorrente sul-coreano, deve-se à forte recuperação do mercado chinês.

As sanções dos Estados Unidos contra a empresa e a campanha internacional lançada por Washington, tentando convencer os seus aliados a excluírem a Huawei das redes de quinta geração (5G), pesaram nas suas vendas no exterior, que caíram 27%, entre abril e junho.

No entanto, durante o mesmo período, a Huawei vendeu 8% a mais na China, onde já controla mais de 70% do mercado de ?smartphones'.

"Este é um resultado notável, que poucos teriam previsto há um ano", explicou Ben Stanton, analista da Canalys, que atribui os números à pandemia da covid-19: "A Huawei aproveitou ao máximo a recuperação económica da China para retomar os seus negócios".

A Samsung tem uma presença mínima na China, com menos de 1% da participação de mercado, enquanto em alguns dos principais mercados da firma sul-coreana, como o Brasil, Índia, Estados Unidos ou Europa, a economia sofreu ou continua a sofrer o impacto de surtos e medidas de distanciamento social.

Outro analista da empresa, Mo Jia, lembra, porém, que vai ser difícil para a Huawei consolidar-se no primeiro lugar.

"Os principais distribuidores em regiões importantes como a Europa estão cada vez mais cautelosos com os vários dispositivos da Huawei, e encomendam agora menos modelos, enquanto procuram por alternativas em outras marcas, visando reduzir o risco", apontou.

Um dos efeitos das sanções dos EUA contra a Huawei é a perda de acesso a serviços do Google, como o sistema operacional Android, que é atualmente o padrão para fabricantes de smartphones.

Segundo Mo, o sucesso da tecnologia chinesa é circunstancial. "Somente com quota de mercado na China não é suficiente para manter a Huawei no topo quando a economia global começar a recuperar", apontou.

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