Metálicos, pesados e difíceis de montar. Os braços articulados dos satélites da Agência Espacial Europeia precisavam de ser renovados e foi nessa missão que se lançou o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), que já conta com mais de 30 anos de experiência no mundo da tecnologia e da inovação.

A resposta surgiu sob a forma de um braço em material compósito, ultraleve e de baixo custo, que funciona como uma espécie dobradiça “elástica”, informa o INEGI em comunicado. Depois de dois anos de investigação e trabalho, o projeto COMETH já se encontra na fase final.

De acordo com o responsável pelo projeto, Ricardo Pinto, “foram já produzidas e testadas com sucesso duas amostras com geometrias distintas (…) e o próximo passo será a criação de um protótipo à escala real, em parceria com o grupo Sonaca”. O protótipo será depois submetido, num ambiente controlado, a testes com carga útil.

Ao INEGI, neste projeto, coube grande parte do trabalho de desenvolvimento do novo componente, desde conceitos preliminares e design do componente, com recurso a simulação computacional avançada, à otimização do processo de fabrico, passando pelo desenvolvimento de componentes e ferramentas para testes laboratoriais.

Depois de tudo ser aprovado e certificado, a dobradiça elástica passará a fazer parte de missões espaciais, dedicadas às telecomunicações.

O INEGI espera que o sucesso do projeto acabe por ter também impacto noutros setores, como o da Aeronáutica ou o Automóvel. De acordo com Ricardo Pinto, investir noutras áreas, significa que estas podem vir a usufruir dos mesmos “métodos de design, fabrico e aplicação desenvolvidos”.

O projeto COMETH está a ser desenvolvido no âmbito do programa da ESA dedicado à Investigação Avançada em Sistemas de Telecomunicações.