Com a participação da empresa portuguesa Critical Software, com sede em Coimbra, no seu desenvolvimento, a nível de ‘software’ e do sistema, o satélite, batizado ‘Copernicus Sentinel-6 Michael Freilich’, em homenagem ao ex-diretor da divisão de Ciências da Terra, da NASA, irá medir as mudanças do nível do mar, fornecer dados para a oceanografia, meteorologia e em última análise proteger a vida na Terra devido ao aumento do nível do mar.
“Estou extremamente orgulhoso por ter visto o Copernicus Sentinel-6 descolar esta noite e sei que está a caminho de iniciar a sua missão de continuar as medições do nível do mar que são tão necessárias para compreender e monitorizar a tendência preocupante da elevação do mar”, afirmou, em comunicado, o Diretor de Programas de Observação da Terra da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), Josef Aschbacher.
Segundo a ESA, que liderou o projeto, estas medições irão contribuir para compreender as mudanças que estão a ocorrer nas zonas costeiras, com o intuito de contribuir para a tomada de decisão na implementação de políticas adequadas para ajudar a conter as mudanças climáticas e para que sejam protegidas as comunidades mais vulneráveis.
Ao longo das últimas três décadas, as missões ‘French-US Topex-Poseidon’ e ‘Jason’ serviram como referência e, em combinação com os anteriores satélites da ESA, ERS e Envisat, bem como os atuais CryoSat e Copernicus Sentinel-3, mostraram como o nível do mar aumentou cerca de 3,2 milímetros, em média, todos os anos. Nos últimos anos, a taxa média de aumento foi de 4,8 mm anuais.
Agora em órbita, o ‘Copernicus Sentinel-6 Michael Freilich’ irá estender este conjunto de dados para os estudos climáticos. A missão compreende dois satélites idênticos lançados sequencialmente. Dentro de cinco anos, o Copernicus Sentinel-6B será lançado para assumir o comando. A missão como um todo garantirá a continuidade dos dados, pelo menos, até 2030.
O satélite carrega um altímetro de radar, que funciona através da medição do tempo que demoram os pulsos de radar a viajar até à superfície da Terra e de volta ao satélite. Combinado com dados precisos de localização de satélite, as medições de altimetria fornecem a altura da superfície do mar.
O pacote de instrumentos dos satélites também inclui um radiómetro de micro-ondas avançado que contabiliza a quantidade de vapor de água na atmosfera, o que afeta a velocidade dos pulsos de radar do altímetro.
O Sentinel-6 faz parte da família de missões Copernicus da União Europeia. A sua implementação é resultado de uma cooperação entre a Comissão Europeia, ESA, Eumetsat, NASA e NOAA, com contribuição da agência espacial francesa CNES.
“Estamos muito satisfeitos por dar as boas-vindas a este recém-chegado à frota de satélites Copernicus Sentinel da UE. O Copernicus Sentinel-6 Michael Freilich permitirá o fornecimento de produtos e informações aprimorados sobre os oceanos e a atmosfera para melhorar a vida quotidiana dos nossos cidadãos. A chegada deste satélite é mais um sucesso para a Copernicus, para a Europa, para todos os parceiros da missão e para todo o mundo”, disse o diretor-geral da Indústria de Defesa e Espaço da Comissão Europeia, Timo Pesonen, citado pela ESA.
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