Numa conversa com a Lusa, o cofundador da empresa Luís Martins explicou que a companhia, fundada no início do ano passado com Felipe Ávila da Costa, nasceu do seu projeto de fim de curso na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), quando foi desafiado a “aplicar sistemas de identificação sem fios à manutenção” da própria FEUP.
No escritório da empresa, num polo empresarial do Porto, encontra-se uma vitrina recheada por garrafas de cerveja, uma por cada cliente fechado, que eram, no final de setembro, 35, sem que alguma vez tenham perdido um.
“Basicamente, a manutenção de edifícios é um processo que envolve um número muito grande de equipamentos, que envolve questões legais associadas”, afirmou Luís Martins, de 29 anos, explicando que a Infraspeak dá “uma ferramenta ao cliente para fazer inventário dos equipamentos que têm”, aplicando uma etiqueta em cada aparelho, ativada através da aplicação móvel.
A partir desse momento há dois tipos de manutenção, a preventiva e a corretiva, remetendo para o exemplo de um carro: é necessário mudar o óleo e abastecer com combustível regularmente, o que entra no campo preventivo, enquanto, por outro lado, no corretivo dá-se resposta quando algum instrumento falha, por exemplo, uma lâmpada fundida ou um motor defeituoso.
“Os técnicos, com a aplicação mobile nativa que têm na sua mão, conseguem ver a sua agenda, o que é que têm para fazer hoje, o que é que têm para fazer este mês, e dando início ao trabalho basta ir tocar ao equipamento”, acrescentou Luís Martins, realçando que são gerados relatórios de todos estes procedimentos que dispensam o papel.
Neste sentido, a Infraspeak consegue trabalhar com entidades que “compram” manutenção (por exemplo, um hotel, uma faculdade, etc.) e com empresas que “vendem” manutenção (companhias de ar condicionado, por exemplo).
Recipiente de investimento da Caixa Capital e participante no programa de aceleração norte-americano 500 Startups, a Infraspeak tem nas suas paredes frases ligadas à filosofia da empresa e aos seus objetivos, desde “Growth is a mindset” (“o crescimento é um estado de alma”, em inglês) a “we make it smart and simple” (“nós fazemos rápido e inteligente”), esta última frase um dos lemas.
Com 120 mil dólares de receita nos 12 meses até setembro deste ano e um objetivo de duplicar a receita mensal até dezembro, a empresa fechou o primeiro ano de existência já com lucro, o que lhe permitiu contratar novos funcionários passo a passo.
Sobre a presença na Web Summit de novembro, em Lisboa, Luís Martins diz que, sendo proveniente das engenharias, a ideia é também ir à cimeira para se divertir, para além de adquirir visibilidade.
“Nunca é demais. Sentimos que de cada vez que há uma menção nas redes sociais, nos jornais, há um pico de interesse na empresa que se transforma em negócio direto. Estamos num momento em que não estamos à procura de investimento, estamos a tentar fechar o nosso caminho até ao final do ano”, explicou o responsável.
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