Também estamos no Instagram! Segue-nos em @vaisgostardisto, página que vamos utilizar para acompanhar o dia a dia do mundo na cultura pop.
Nunca quis tanto viver no século XIX
Para aqueles que, como eu, gostam de romances de época, a nova série “Bridgerton” foi a prenda de Natal perfeita. Estreou no dia 25 de dezembro na Netflix, o que quer dizer que veio mesmo a tempo daqueles lazy days em que uma boa série como esta se vê toda de seguida. Para tornar tudo ainda melhor, transporta-nos para 1800 com todas as formalidades e vestimentas que a época exige.
Ainda que a série tenha sido feita do outro lado do Atlântico, o enredo leva-nos até Inglaterra, para o seio da família que lhe dá nome, os Bridgerton, liderada por uma matriarca, que dá o seu melhor para orientar o futuro dos seus oito filhos. Entre os descendentes está Daphne, destacada pela rainha como o Diamante da Época, que é como quem diz a mais bonita da sua geração. Ao abrir a época de cortejo das damas, cai sobre a rapariga e a sua família a responsabilidade de escolher o pretendente certo, mas nenhum parece agradar a Daphne.
O Diamante acaba por encontrar a outra metade da sua laranja por acaso. Chama-se Simon Basset e é o típico mulherengo vindo de boas famílias, reconhecido por todos pelo título de Duque de Hastings, mas, ao que tudo indica, não está muito interessado em meter-se num compromisso sério. Por isso, o Duque e Daphne decidem juntar-se para que ele não seja alvo da pressão para encontrar a sua alma gémea e para que ela se torne mais desejável para todos os outros pretendentes. Como podes imaginar, o plano “Vamos fazer isto, mas nenhum de nós se apaixona” nunca funciona, e aquilo que começou por ser uma brincadeira acaba por perder o controlo.
Mas, calma, isto não é tudo. A história de “Bridgerton” é tão complexa (e completa), que temos direito a romances em paralelo, debates internos com a orientação sexual e uma misteriosa Lady Whistledown, responsável por constantes crónicas anónimas que escreve e usa para escrutinar toda a sociedade e as famílias mais importantes. Ainda que a sua identidade seja desconhecida, uma coisa é certa: ninguém quer cair nas más graças da Lady Whistledown.
- Dos livros para o ecrã: A série é inspirada na saga de livros homónima de Julia Quinn. Foi adaptada pela Netflix numa série criada por Chris Van Dusen e produzida por Shonda Rhimes (que também nos deu “Anatomia de Grey”).
- É oficial: A Netflix deu-nos uma nova crush pela qual suspirar. Não é novidade para ninguém que, de tempos a tempos, cai do céu um novo galã para encantar a audiência. Desta vez foi Simon Basset quem nos fez ficar sem ar. A personagem é interpretada pelo ator Regé-Jean Page e a internet já se rendeu aos seus encantos.
- A rubrica “O que é que isto me faz lembrar?”: Se acompanhas esta newsletter há algum tempo já sabes que muitas vezes tenho por hábito fazer este exercício em que te conto aquilo que esta série ou filme me faz lembrar. No caso de “Bridgerton”, trouxe de volta a nostalgia de “Gossip Girl” num ambiente a la “Downton Abbey” (ainda que esta se passe uns anos depois da narrativa da série de Chris Van Dusen).
Não contamos a ninguém que viste
Em 2021, não deixes os guilty pleasures de fora. Enquanto as plataformas mais mainstream, como a Netflix, nos dão séries românticas e reality shows nos quais nos vamos viciar, há outras alternativas que não estão tanto nas bocas da cultura pop, mas nas quais vale a pena dar uma vista de olhos. A FilmIn, por exemplo, tem uma seção de conteúdos que misturam cultura, história e, claro, a lamechice, que nunca pode faltar. Deixo-te com três das sugestões que a plataforma me deu e que eu gostei de ver:
- “Boas Vibrações”: O nome é um bom inuendo para o conteúdo. Este filme saiu em 2011 e leva-nos até à época vitoriana, numa altura em que a medicina procurava uma cura para a histeria feminina, um conceito que hoje em dia é completamente misógino, mas que resultou numa invenção bastante… útil. Esta é a história de como foi inventado o primeiro vibrador, pelas mãos do doutor Mortimer Granville. Engraçado, mas baseado em fatos reais… Quem dá vida a este enredo são caras conhecidas, como Hugh Dancy, Maggie Gyllenhaal e Felicity Jones, numa longa metragem dirigida por Tanya Wexler. Espreita aqui o trailer.
- “Amor em Roma”: Lembras-te de eu falar de histórias lamechas? Ora é aí que entra o filme que junta um power couple incrível. É que, afinal, Sarah Jessica Parker não fica só bem na pele de Carrie Bradshaw, ao lado de Mr. Big. Desta vez, é ao lado de Raoul Bova que vai protagonizar um drama romântico pelas ruas de Itália. Os dois formam um par romântico resultante de um antigo amor, Maggie e Lucca, que se volta a cruzar em Itália e que junta forças para procurar a filha de Maggie, uma rebelde em fuga. Se queres o meu conselho, não espreites o trailer, conta demasiado sobre a história. Escolhe uma tarde de frio, enrosca-te no sofá e mete só play.
- “After”: Enquanto alguém que desde cedo lia fanfictions e era viciada em romances amadores (shoutout para todos os que cresceram agarrados ao Nyah! e ao Wattpad), ver este filme teve um gostinho especial. O filme é recente, de 2019, mas para sabermos a história de como “After” começou, temos de recuar alguns anos. Foi por volta de 2013 que Anna Todd escreveu o seu livro e o publicou na plataforma Wattpad, de forma amadora. O sucesso na plataforma foi tanto que contou com mais de 1,5 mil milhões de leituras e, no ano seguinte, foi adaptado para formato físico, tornando-se também um sucesso de vendas. Anos depois foi adaptado ao grande ecrã, e o resultado foi um teen drama de autodescoberta. Ainda não estás convencido? Ora vê o trailer.
Elas nunca quiseram ser só “mulheres de”
Sem querer dar-te uma aula de história, é do conhecimento geral que Portugal nos anos 60 vivia dominado pela repressão, ditadura e submissão ao sistema, em pleno regime de Salazar. É no meio deste ambiente que se destacam alguns rebeldes. Mas, num período que acabou com uma revolta militar, não são só os homens que se destacam. Em “3 Mulheres” ficamos a conhecer três nomes de mulheres que nunca se resignaram, nunca ficaram caladas, nunca aceitaram tudo o que lhes diziam e, acima de tudo, fizeram a sua própria história, para que nunca ficassem conhecidas como “as mulheres de”.
Natália Correia foi uma escritora e poetisa que sempre marcou pela irreverência e ousadia. Snu Abecassis foi uma editora dinamarquesa que casou com um português e sofreu com o choque cultural ao mudar-se para Lisboa, mas nunca deixou que a calassem e sempre questionou aquilo que lhe era estranho. E Maria Armanda Falcão, que viria a tornar-se jornalista sob o pseudónimo “Vera Lagoa” e também ela uma revolucionária sem medo de falar e com ligações a Humberto Delgado.
Estas são as três personagens que dão vida à série criada por Fátima Ribeiro e Luís Alvarães, e esta é a forma como foram retratadas. Baseada em factos reais, mas com alguns detalhes alterados para fins dramáticos, com maior ou menor rigor, é certo que estas três mulheres marcaram a diferença e fizeram parte da revolução cultural do nosso país.
- Onde ver: A série que estreou em 2018 já esteve em exibição na RTP1, mas se não tiveste oportunidade de a espreitar, está disponível na HBO Portugal com 13 episódios.
- Caras conhecidas: Não é difícil para quem acompanha a ficção portuguesa identificar as protagonistas desta série. Soraia Chaves, Victória Guerra e Maria João Bastos interpretam de forma impressionante Natália Correia, Snu Abecassis e Maria Armanda Falcão.
- Se gostaste disto: também deves gostar do filme “Snu”, onde Inês Castel-Branco veste a pele da editora nórdica que teve uma relação amorosa com o líder do PSD Francisco Sá Carneiro. O filme retrata o romance entre estas duas figuras e mostra a força e o brilhantismo de Snu Abecassis numa sociedade conservadora, mesmo depois do 25 de abril.
Créditos Finais
- Já se fazem apostas: Com o fim de 2020, começam a fazer-se contas à vida e já há previsões sobre quem serão os nomeados para a próxima edição dos Óscares. Vê aqui as apostas do “Award Circuit” da Variety, que serão atualizadas semanalmente.
- Adeus, até um dia, Farmville: 2021 não começou da melhor forma. Como já tinha sido anunciado pela Zynga, o jogo viral do Facebook deixou de estar disponível no dia 31 de dezembro. Mas calma, foi só a versão original. Se quiseres matar saudades, ainda podes jogar as mais recentes. Mas todos sabemos que não é a mesma coisa. Descobre mais aqui.
Comentários