Numa conferência de imprensa em Florença, os historiadores Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato disseram que a família do pintor e matemático não se extinguiu como se pensava. A investigação que começaram em 1973 permitiu descobrir cerca de 35 descendentes da família do pintor da Mona Lisa. Um deles seria, segundo a imprensa local, o diretor e produtor Franco Zeffirelli, que rodou por exemplo "Romeu e Julieta" (1968) e "La Traviata" (1983).
Leonardo da Vinci nunca teve filhos. Os seus descendentes são, na verdade, da linhagem dos seus irmãos e irmãs. Os restos mortais do mestre toscano perderam-se nas guerras religiosas que se sucederam à sua morte, em 1519, o que privou os investigadores de amostras de DNA preciosas para tentar mapear, cinco séculos depois, os membros da sua família.
Vezzosi e Sabato reconstituíram, porém, a árvore genealógica, com base em documentos encontrados em igrejas e em registos prediais, e seguindo sobretudo as mulheres da família. Detalhes esses que escaparam a outros estudiosos, em tentativas passadas.
O anúncio de que há descendentes vivos da família do mestre do Renascimento criou emoção em Vinci, a sua cidade toscana natal. "A minha mãe Dina tinha razão. Ela tinha-nos falado de documentos e cartas escritas há anos e que se podiam ler apenas ao espelho", disse Giovanni Calosi ao jornal "La Stampa", referindo-se ao facto de Da Vinci escrever, às vezes, da direita para a esquerda. "Nunca demos importância a esses documentos, que se perderam, ou venderam. Mas o que pensámos durante muito tempo ser uma lenda transmitida de geração em geração revelou-se verdade", acrescentou este ex-livreiro, que há nove anos colabora com o estudo.
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