1. O que queremos dizer quando falamos sobre 1,5ºC
Desde que o Acordo de Paris foi assinado na COP21, em 2015, houve a certeza de que o aumento da temperatura acima de 2ºC seria catastrófico - e que 1,5ºC seria problemático.
Caso a temperatura aumentasse 2ºC, ondas de calor iriam ocorrer 14 vezes mais frequentemente e incêndios, semelhantes aos que devastaram a Austrália entre 2019 e 2020, aconteceriam quatro vezes mais. Este aumento também significaria a perda de 99% dos recifes (a base da cadeia alimentar marinha) e garantiria a perda irreversível do manto de gelo da Antártica Ocidental, o que levaria ao aumento do nível do mar em 5 metros - o suficiente para inundar vastas partes de muitas cidades costeiras ao redor do mundo.
Por isso, é necessário garantir que se limita o aumento da temperatura em 1,5ºC, o que é algo que exige um esforço conjunto, mas que ainda é fazível.
Neste momento, estamos 1,1ºC acima dos níveis pré-industriais e, para limitar o aumento da temperatura global, há dois imperativos principais, segundo concluíram os especialistas:
- A economia global deve abandonar rapidamente o petróleo, gás e carvão e mudar para a energia solar, eólica e outras fontes de energia sem carbono;
- Deve-se acabar com a desflorestação, grande parte da qual é impulsionada pela intenção da agricultura industrial de expandir a produção de carne bovina, soja e óleo de palma.
Para ler e ver na íntegra em Covering Climate Now
2. IEA diz que novas instalações de energia renovável estão encaminhadas para um novo recorde
A Agência Internacional de Energia (IEA) prevê que 2021 estabelecerá um novo recorde para novas instalações de energia renovável. E, nos próximos cinco anos, a capacidade de eletricidade dessas instalações aumentará mais de 60%, em comparação com os níveis de 2020.
Segundo a IEA, China deve ser o principal impulsionador do crescimento da capacidade renovável nos próximos anos, com a Europa, os EUA e a Índia atrás.
Para ler na íntegra em CNBC
3. Petrolíferas enfrentam crise de força de trabalho com o crescimento das energias renováveis
A indústria de petróleo e gás corre o risco de enfrentar uma enorme escassez de mão de obra, já que, de acordo com um relatório da empresa de recrutamento Brunel e Oilandgasjobsearch.com, mais da metade dos trabalhadores querem deixar o setor e trabalhar na indústria de energia renovável.
Quando questionados sobre quais os setores onde procurariam novas oportunidades de emprego, 56% dos que trabalham com petróleo e gás disseram que seria no das renováveis, em comparação com 38,8% no ano passado.
As empresas de petróleo e gás têm enfrentado pressão crescente de investidores, ativistas e governos para combater as mudanças climáticas, o que as torna menos atrativas para jovens profissionais.
"Os salários mais altos oferecidos pelos setores de energias renováveis e mineração estão a tornar as funções nessas áreas mais atraentes”, refere o relatório.
Para ler na íntegra em Reuters
4. Tentativa de última hora de impedir a exploração de petróleo da Shell em áreas de reprodução de baleias
A Shell poderá ser obrigada a adiar a exploração de petróleo em terrenos vitais para a criação de baleias na costa selvagem da África do Sul, depois de organizações ambientais e de direitos humanos entrarem com uma ação judicial de última hora.
A intervenção deve atrasar os planos da Shell de explorar petróleo no ambiente marinho sensível, o que incluirá as emissões de ondas de choque extremamente fortes em 1.8 milhas de água e quase 35 milhas para o fundo do mar para criar um levantamento sísmico da área.
Os planos foram aprovados em 2014 pelo então ministro dos recursos minerais da África do Sul, Ngoako Ramatlhodi, antes de a legislação do sistema ambiental do país ter sido posta em prática para alinhar a sua regulamentação mineira e ambiental no final desse ano.
Para ler na íntegra em The Guardian
Por cá: Portugal ultrapassou todos os limites ambientais
Portugal ultrapassou todos os limites em todas as categorias ambientais, como emissões de gases com efeito de estufa, produção de resíduos, poluição da água e do ar, consumo de água doce ou pressão sobre os ecossistemas (neste caso dentro dos limites, mas apenas porque Portugal não é autossuficiente em termos alimentares).
Para as atuais e futuras gerações serem sustentáveis, só poderão emitir metade dos gases com efeito de estufa das anteriores gerações, indica um estudo divulgado na quarta-feira.
Outra das conclusões é a de que todas as gerações, com exceção dos nascidos a partir de 2000, têm ultrapassado os diversos limites ecológicos. Os nascidos entre 1940 e 1959 foram os que mais se distanciaram dos limites, produzindo mais emissões de gases com efeito de estufa.
Ainda assim, os autores notam que as gerações mais velhas, apesar de terem maiores impactos ambientais, foram também as que contribuíram para políticas que ajudaram a dissociar parcialmente os indicadores ambientais do crescimento económico.
Para ler na íntegra em SAPO24
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