A portuguesa Ana Cláudia Färber começou a vender produtos de cortiça portuguesa em mercados de Natal da zona de Berlim e Brandeburgo há quatro anos. O interesse é tanto que o marido e a filha também decidiram ajudar.
“Não fico seis semanas seguidas num mesmo mercado porque é muito trabalho, não consigo, então decidi fazer apenas ao fim de semana. Tento estar em duas, três, e às vezes até em cinco feiras por fim de semana, mas para nós compensa mais”, conta à agência Lusa a pequena empresária da “Cork Gallery”.
Enquanto Ana está na rua principal de Friedrischagen, o marido e a filha levam também a marca a outros dois mercados de Natal.
“Ela gosta muito de trabalhar comigo porque tem muito orgulho no segundo país dela, adora poder mostrar coisas de Portugal”, confessa, acrescentando que também o marido, que é alemão, a apoiou desde o início, incentivando-a a abrir o negócio.
“Há vários anos que viajo para Portugal e sempre conheci a cortiça. Interessei-me pelo material que aqui, na Alemanha, não existe. Pensei então em começar um negócio e corre muito bem porque os clientes dão muito valor a produtos naturais. E é nosso, gosto de apresentar o que é nosso”, adianta a Ana Cláudia Färber, a viver na Alemanha há 23 anos.
A conversa é interrompida várias vezes por clientes interessados em saber mais sobre o produto. Muitos aproximam-se do stand em frente ao número 98 por verem escrito “Portugal”.
“Já estive em Lisboa onde participei num congresso, também visitei Sintra, é tudo muito bonito”, confessa uma alemã enquanto vai abrindo uma carteira com flores rosa e azuis.
“O alemão gosta muito de coisas com flores, com cores, não gosta muito da cortiça natural. Também se vende bem, mas misturada resulta melhor. Gostam do facto de ser um material muito leve, tenho vários clientes de idade que preferem a cortiça ao couro precisamente por isso”, esclarece a empresária portuguesa.
A “Cork Gallery” começou por ser pensada apenas para o online. Mas depois a família percebeu que por ser um material pouco conhecido da clientela alemã, o sistema de vendas teria de ser diferente.
“Concluímos que teríamos de ir atrás dos clientes para que eles pudessem pegar e abrir uma mala de cortiça. Não temos sede e todos os fins de semana participo em várias feiras ou eventos”, revela.
Há mochilas, malas, acessórios e os preços variam entre os 10 euros aos 200 euros.
“No Natal vendemos coisas pequeninas, como caixas para óculos, porta-moedas, bijuteria. As senhoras às vezes mandam os maridos buscar malas maiores. Vendo muito sapato durante o ano, mas no inverno isso já não acontece tanto”, esclarece.
“100% naturais, veganos, ‘trendy’, resistentes à água e duradouros”, lê-se num cartaz pendurado no stand. Uma prenda de Natal diferente que é também um pedacinho de Portugal, partilha Ana Cláudia Färber.
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