Nesta obra, o sacerdote católico afirma que esta é “como um regresso à fonte para que se faça luz sobre o presente” e prossegue, afirmando que é “uma tentativa de recentrar a atenção na pessoa de São Tiago Maior bíblico, e redescobrir as consequências que isso tem na forma como se peregrina pelos diversos caminhos, mesmo da vida”.
Quanto ao exercício da peregrinação, feito por crentes e ateus, e até por quem o entende como uma rota turística, o padre Luís Filipe Fernandes lembra que São Tiago Maior foi “aquele que seguiu Jesus e deu a vida por Ele”, sublinhando que “a mística e a espiritualidade do caminho estão centradas nesta personagem bíblica”, sendo essencial, no seu entender, a existência das relíquias, nomeadamente os restos mortais depositados na catedral de Santiago de Compostela, no noroeste de Espanha, apontados como sendo os do apóstolo.
Reconhece o sacerdote que “não se sabe se são os seus restos mortais que estão no sarcófago”, na catedral da capital galega, mas, salienta, que “não se pode ficar indiferente aos milhares de pessoas que todos os anos peregrinam ao seu encontro” e que “dali partem com uma alegria transbordante e com desejo de continuar a peregrinar”.
Luís Filipe Fernandes realça a denominação “peregrino de Santiago”, sublinhando a importância da preposição “de”, pois “centra a pessoa entre dois espaços", sendo “como ponte entre o peregrino que vai intencionalmente até Santiago [de Compostela] e a figura de São Tiago que é modelo de peregrino”.
Sobre a obra, publicada pela Paulus, Luís Filipe Fernandes estruturou-a em quatro partes: a primeira sobre a figura bíblica de São Tiago, a segunda, sobre factos protagonizados pelo apóstolo, ou pelos seus discípulos - ação que levou a colocar a Galiza no centro da peregrinação -, uma terceira sobre quem viaja, quem peregrina, “procurando discernir os elementos distintivos da peregrinação a Santiago de Compostela, e, finalmente, as conclusões e os testemunhos de alguns que percorreram os caminhos de Santiago.
Além do chamado “caminho português” de Santiago, há também o “caminho francês” e vários outros caminhos que entroncam nestes, além do que percorre atual território espanhol.
O caminho de Santiago foi declarado o primeiro Itinerário Cultural Europeu em 1987, e Património da Humanidade, pela UNESCO, na Espanha, em 1993, e, em França, em 1998.
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