António Casalinho foi um dos seis jovens finalistas distinguidos com bolsas pela 49.ª edição do prémio, à qual concorreram inicialmente 82 candidatos, destes, 78 chegaram à fase competitiva e 20 acederam à final, que decorreu hoje por vídeo, segundo a página ´online´ do concurso internacional.
O Prémio de Interpretação Contemporânea foi atribuído pelo júri a António Casalinho e ao bailarino brasileiro Rui Cesar Cruz.
Entre os seis jovens galardoados com uma bolsa de estudos está ainda o bailarino brasileiro Andrey Jesus Maciano, que também foi galardoado com o Prémio de Melhor Jovem Talento.
Os seis distinguidos com bolsas terão a possibilidade de escolher uma escola ou companhia de dança parceiras do Prix de Lausanne.
O júri foi presidido este ano por Richard Wherlock, diretor e coreógrafo do Ballet de Bâle.
Os bailarinos portugueses António Casalinho, Francisco Gomes e Laura Viola tinham sido selecionados para a competição internacional de bailado Prix de Lausanne, entre candidatos oriundos de vinte países.
Os três portugueses selecionados são do Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sánchez, em Leiria.
Concorrem ainda dois alunos estrangeiros provenientes da mesma escola de dança em Leiria: o italiano Giulio Diligente e a britânica Maia Roberts.
Entre os selecionados contavam-se seis bailarinos brasileiros: Kayke Nogueira, da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, Rui Cesar da Cruz e Luiza Falcão, do Grupo Cultural de Dança Ilha, João Felipe Domingos, do Basileu França, Andrey Jesus Maciano, do Balé Jovem de São Vicente, e Ana Sartini, do Ballet Vórtice.
A 49.ª edição do Prix Lausanne decorre desde 31 de janeiro, e termina oficialmente no domingo, mas as finais decorreram hoje.
O Prix de Lausanne, um dos mais importantes galardões dedicados à dança, foi criado em 1973, e é gerido pela Fondation en Faveur de l’Art Chorégraphique.
Na 48.ª edição, a bailarina portuguesa Catarina Pires, da Academia de Dança de Zurique, recebeu o prémio “favorita do público”.
Prix de Lausanne pode "mudar completamente" o futuro do bailarino
O bailarino português António Casalinho acredita que o sucesso na Suíça pode ser decisivo para o futuro enquanto profissional da dança.
“O Prix de Lausanne pode mudar completamente o meu futuro”, disse à agência Lusa António Casalinho.
“Participar no Prix de Lausanne é um sonho de imensos bailarinos que querem mudar o seu futuro. Tem muita visibilidade e todos têm grandes expectativas no vencedor. Esta vitória pode dar-me entrada numa companhia profissional de ballet. É uma porta, das grandes, que se abre”, assume o bailarino português.
Para António Casalinho, participar na edição 48.ª edição do Prix de Lausanne em contexto de pandemia obrigou a “muito trabalho e grande sacrifício”, devido aos diversos constrangimentos, que obrigaram à participação por vídeo.
“É muito difícil fazer o trabalho que fizemos. Mas é muito bom ver que o mundo da dança não parou e fiquei muito feliz, por mim e pelos meus colegas, Francisco [Gomes] e Giulio [Diligente], que deram o máximo. Teria sido justo ganharem, também”, acrescentou.
António Casalinho foi o primeiro vencedor português do Prix de Lausanne em representação de uma escola portuguesa e esse facto é realçado por Annarella Sanchez, responsável pelo conservatório que colocou cinco bailarinos (três portugueses, um italiano e uma britânica) na competição, apurando três para a final.
“Portugal é visto no mundo da dança como um país do terceiro mundo. Desde que comecei a entrar no Youth American Grand Prix, em 2012, que queriam que entregasse os nossos talentos às grandes escolas. Mas eu queria chegar até ao Prix de Lausanne e demonstrar que nós em Leiria e em Portugal conseguimos estar ao mesmo nível de escolas como o Royal Ballet [de Inglaterra] ou o Zurich Ballet [da Suíça]. É um sonho realizado”, disse à agência Lusa.
Comentários