“Arranca em dezembro o processo de criação que irá resultar no novo disco dos Black Bombaim, a ser editado, via Lovers & Lollypops, no segundo semestre de 2018. Um ano após a edição do longa-duração colaborativo com Peter Brötzmann, o trio juntar-se-á a três músicos e produtores nacionais num ciclo de residências artísticas que reinventa o processo criativo da banda”, refere a promotora do grupo num comunicado hoje divulgado.
A primeira residência decorre em dezembro com Pedro Augusto, “músico e compositor nos projetos Ghuna-X e Live Low que tem também conduzido um largo percurso na composição de bandas sonoras nas áreas de dança contemporânea, teatro e cinema, colaborando com nomes como Ana Rocha, André Gil Mata, Ana Borralho e João Galante”. A residência com Pedro Augusto culmina com uma apresentação, em formato ensaio aberto e com entrada livre, a 16 de dezembro no Circulo Católico de Operários do Porto.
Durante cada uma das residências será desenvolvida “uma peça original a ser interpretada, em conjunto, pelo compositor e pela banda”.
A segunda residência, com Jonathan Saldanha (HHY & The Macumbas), decorre em janeiro, e a terceira, com Luís Fernandes (peixe:avião) está marcada para fevereiro. As duas irão decorrer, tal como a primeira, em “espaços icónicos da cidade Invicta”.
“Desconstruindo o habitual processo de criação, os Black Bombaim entregam assim a composição musical a três figuras da música exploratória portuguesa, num processo a ser concluído em três residências artísticas distintas”, lê-se no comunicado.
O projeto de residências artísticas “será documentado por um filme-ensaio sobre a criação musical e a sua relação com a paisagem enquanto espaço de criação de mitologias e de somatização de fantasmas”.
O filme, realizado por Miguel Filgueiras e com argumento de Manuel Neto, “responderá à forma de uma trilogia, que será também a trilogia musical composta pela banda Black Bombaim em processo de trabalho com três compositores distintos: Ruína e Memória | Espaço Sideral | Mundo”.
Este projeto dos Black Bombaim, que inclui as residências e o documentário, foi um dos 16 vencedores do concurso “Criatório” da Câmara Municipal do Porto, que visa promover a criação artística contemporânea na cidade.
A cada um dos projetos vencedores do “Criatório” foi atribuído um apoio de 15 mil euros. No total foram apresentadas 322 candidaturas, tendo sido admitidas 313.
A Câmara Municipal do Porto explicou que lançou o concurso “Criatório” por considerar que “a criação contemporânea deve ser um vetor central no desenvolvimento da cidade” e que “o município pode ter um papel relevante na evolução dos discursos artísticos contemporâneos”.
Os projetos de criação devem ser desenvolvidos no Porto durante um período mínimo de seis meses e máximo de 12 meses, com apresentação pública – sob a forma de exibição ou edição, consoante o caso – no Porto até ao final de 2018.
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