“Conseguimos reunir aqui um alinhamento de artistas muito interessantes, desta vez, todo ele internacional, mas também vamos ter apontamentos musicais de músicos locais e de músicos da diáspora, que vão estar espalhados por alguns bares e restaurantes da cidade de Angra”, adiantou, hoje, em conferência de imprensa, Daniela Silveira, da organização do festival.
Criado inicialmente para promover a música original dos Açores com influências de jazz e blues, o festival aposta em músicos internacionais na sua 8.ª edição.
“O +Jazz começou para promover os músicos locais, mas neste momento são poucos a produzir trabalhos de originais. Este ano, temos dois nomes novos, porque o +Jazz normalmente não repete artistas”, salientou Daniela Silveira.
Por outro lado, a promotora do evento salientou que foi mais fácil manter o orçamento de anos anteriores (menos de 8.000 euros), recorrendo a bandas estrangeiras.
“Os ‘cachets’ dos músicos açorianos estão mais elevados do que alguns músicos nacionais e internacionais, que já têm trabalhos originais editados e rodagem em festivais internacionais”, adiantou, acrescentando que o festival trabalha “com pouco dinheiro, em comparação com festivais de São Miguel, que têm cartazes internacionais”.
Pelo palco principal, no Teatro Angrense, vão passar músicos do Brasil, das Caraíbas e do Zimbabué, havendo depois uma programação paralela em bares e restaurantes da cidade, com músicos locais e da diáspora.
O festival abre, no dia 24 de maio, com Blubell, “um dos nomes mais relevantes da música contemporânea brasileira”, segundo a organização.
Com cinco discos lançados, a cantora e compositora já fez uma tournée pelo Japão e participou no festival internacional Lollapalooza, estreando-se agora em Portugal.
No mesmo dia, atua a brasileira Beatriz Rodarte, cantora e compositora de São Paulo, que conta já com três álbuns.
No dia 25 de maio, sobe ao palco o Karlos Rotsen Trio, com músicos franceses e espanhóis e influências do jazz caribenho.
O pianista, natural da ilha Martinica (França), a viver atualmente em Portugal, Karlos Rotsen, atua na mesma noite com o rapper do Zimbabué, Synic.
Além dos espetáculos musicais, o +Jazz, que em 2018 foi selecionado para os Iberian Festival Awards, contará, este ano, com exposições e formações musicais.
Para o vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo com a pasta da cultura, Guido Teles, o evento tem “enriquecido a programação cultural” do concelho, e “tem-se afirmado ao longo das suas várias edições, não só na ilha, como nos Açores e mesmo a nível nacional”.
“Começou como um evento dirigido principalmente aos artistas locais e continua com esse pressuposto, mas agora, devido à projeção que tem tido, felizmente tem sido cada vez mais capaz de atrair artistas de qualidade e artistas que acabam por trazer sonoridades muito diferentes daquelas que habitualmente costumamos ouvir na nossa ilha”, salientou.
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