Em “Trashedy”, que estará patente no espaço Heron Arts, Bordalo II irá apresentar “cerca de 16 peças no total, das diferentes séries de trabalho que tem explorado nos últimos anos”. “Todos os trabalhos são novos e criados para o espaço de exposição”, referiu, em declarações à Lusa.
Artur Bordalo (Bordalo II – o primeiro era o avô, artista plástico Real Bordalo, que morreu em junho do ano passado, aos 91 anos), nascido em Lisboa em 1987, começou pelo ‘graffiti’, que o preparou para o trabalho pelo qual se tornou conhecido: esculturas feitas com recurso a lixo e desperdícios.
Além das peças que estarão em exposição no espaço Heron Arts, Bordalo II está “a produzir um coiote, numa parede, na cobertura de um prédio de uma zona movimentada da cidade”, que faz parte da série “Big Trash Animals”. No âmbito desta série, Bordalo II criou mais de 80 peças em vários países de três continentes.
Além do coiote, “há a hipótese de fazer mais uma instalação na rua, se tiver tempo”.
“Trashedy” é inaugurada a 24 de fevereiro, e estará patente até 24 de março.
No final do ano passado, cerca de 27 mil pessoas visitaram, em Lisboa, a exposição “Attero” de Bordalo II, que esteve patente de 04 de novembro a 04 de dezembro, num armazém na zona de Xabregas.
“Attero” foi uma exposição retrospetiva, composta por trabalhos novos que são uma extensão das obras que Bordalo II tem criado em vários locais do mundo, na rua, com lixo.
Os trabalhos com recurso a desperdícios começaram como uma experiência. Inicialmente, recordou o artista em declarações à Lusa, em novembro, gostou do efeito criado pela junção de embalagens, mas, mais do que isso, percebeu “o potencial que podia ter a utilização do lixo, não só a nível estético, mas a nível conceptual”.
No âmbito da exposição criou três peças na rua, que fazem parte da série “Big Trash Animals” (algo como “Grandes Animais de Lixo”): uma raposa, na avenida 24 de Julho, um sapo, na rua da Manutenção, e um macaco no pátio do armazém onde esteve patente “Attero”.
Os trabalhos expostos em “Attero” foram feitos “com materiais totalmente diferentes daqueles utilizados na rua, porque podem ter um grau de detalhe muito diferente”.
No entanto, “há sempre uma relação, não só de escala mas do tipo de material utilizado”. “As peças que faço para dentro são quase como um complemento das peças que eu faço cá fora, por isso há uma relação entre uma coisa e outra”, explicou.
A mostra incluiu também várias atividades paralelas, como visitas guiadas e oficinas, que tiveram lotação esgotada, e a apresentação de um livro sobre o trabalho do artista.
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